DIREÇÃO DO BANESPA MENOSPREZA INTELIGÊNCIA DOS BANESPIANOS
A diretoria do Banespa pôs um recado ontem na rede que confirma a advertência que a Afubesp e entidades do Comando Nacional têm feito sistematicamente de que o plano de complementação de aposentadorias foi gerado com o intuito de facilitar a privatização do banco. E mais, à custa de grandes perdas para os funcionários, entre elas a possibilidade de que o banco possa retirar seu patrocínio do plano de complementação de aposentadorias.
A pretexto de tranqüilizar os participantes, os interventores afirmam ter sugerido “ao Consórcio BC-Banespa a inclusão no Edital de Venda do Banespa, de cláusula que estabeleça explicitamente, como obrigação do adquirente, a não retirada do patrocínio ao referido Plano pelo novo controlador do Banco e seus sucessores…” Arremata com a informação de que a inclusão da cláusula teria sido acatada pelo Consórcio “e referendada pelo Banco Central, na qualidade de gestor do processo de privatização do Banespa.”
Você está perplexo, indignado ou os dois?
Claro, é de espantar que o Conselho Diretor ache que, depois de cinco anos de intervenção, ainda haja algum banespiano que compre um alfinete que seja de algum diretor do Banco Central.
Que autoridade a direção do Banco Central tem para convencer os funcionários a acreditar nas suas “boas intenções”, quando o processo de federalização e tentativa de privatização do Banespa está coalhado de violações a várias leis e à Constituição Paulista? Ela age no dia-a-dia como se estivesse acima das leis e quer que os banespianos aceitem a sua palavra. Não empenhada, diga-se de passagem, uma vez que no papel mesmo não tem nada.
Se é tudo tão simples, por que a cláusula não foi incluída no regulamento do Plano?
E a diretoria do Banespa ainda quer mais: que os funcionários acreditem que um banqueiro privado que viesse a ser o novo controlador do Banespa num hipotético leilão de privatização (continuamos vivos e firmes na luta para impedir esse desatino) iria obedecer candidamente a tal cláusula.
A mensagem do banco não tem nenhum fundamento jurídico, nenhum aval que a sustente. Só tem dois méritos: 1- comprovar que o governo e, por vinculação, o FMI é que teceram o Plano de Complementação e 2 – quem está do lado deles nesse triste papel de tentar fazer o banespiano de bobo.
fonte: AFUBESP