Dieese analisa conjuntura e sistema financeiro
Técnicos do Dieese apresentaram no sábado, dia 29, estudo com análises conjunturas sobre o sistema financeiro e o perfil da categoria, durante a 8ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, que aconteceu no Anhembi, em São Paulo. Os técnicos mostraram dados e estatísticas importantes para auxiliar na definição das reivindicações e estratégias de luta para a Campanha Nacional dos Bancários de 2006.
A apresentação começou com dados comparativos do setor bancário nos últimos cinco anos. As transações pela internet , por exemplo, cresceram 216,9%. Os lucros dos 11 maiores bancos aumentaram 415,85% no mesmo período. Já as despesas de pessoal subiram apenas 46,8% entre 2001 e 2005, comprovando que os banqueiros acumularam muita riqueza.
Esse estrondoso crescimento dos lucros também não foi acompanhado pela contratação de bancários nem pela ampliação da rede de agências que, entre 2001 e 2005, subiu apenas 7%. O que cresceu, segundo o Dieese, foi a ampliação de mais de 400% nos correspondentes bancários e de 90% nos caixas eletrônicos. Já a receita de prestação de serviços cresceu nos últimos cinco anos em 104,86%.
Metas e Remuneração Variável
O conceito de Balance Score Card, base do sistema de metas que aterroriza os bancários, foi apresentado em detalhes aos delegados e delegadas. Os técnicos do Dieese mostraram a correlação entre as metas e o achatamento da remuneração dos bancários, que vêem cada vez mais seus salários atrelados ao desempenho na venda dos produtos, dependendo de forma crescente da remuneração variável para completar seus rendimentos.
Para o Dieese, os gerentes gerais apenas colocam em prática objetivos estratégicos vindos de cima para baixo, definidos pela alta cúpula do banco, sem negociação com os bancários. Apesar disso, o cumprimento destas metas depende diretamente do “exército executor”, que se localiza na base da pirâmide, mas que é quem menos recebe pela venda dos produtos.
A apresentação foi encerrada com um perfil dos bancários no Brasil, classificados por faixa etária, grau de instrução, por função exercida e por gênero. Os técnicos revelaram que os bancários “envelheceram”, isto é, possuem maior tempo de banco do que antigamente; mais bancários têm formação universitária e curso de pós-graduação; e o número de mulheres é quase o mesmo de homens, mas o salário ainda é inferior.
fonte: SindBancários / Seeb SP