Dia Internacional da mulher: poder também pode ser dividido
As mulheres estudam mais, mas têm menos poder nos bancos. Essa é apenas uma das constatações do levantamento realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos – subseção CNB/CUT/SP) para subsidiar os debates realizados pela CUT que marcam as comemorações do Dia Internacional da Mulher.
“A participação feminina no Brasil cresce, por exemplo, em cargos de alto escalão na política, com a nomeação de ministras, mas essa realidade não se reflete dentro do ambiente de trabalho da bancária”, explica a diretora sindical Tânia Teixeira Balbino, que participa da organização dos eventos comemorativos.
De acordo com o estudo do Dieese, 54% das mulheres que atuam nas instituições financeiras têm curso superior completo, contra 48,22% dos homens. No entanto, na hora de ocupar os postos mais elevados, são preteridas: em 2002, existiam apenas 4,8% mulheres diretoras, contra 95,2% dos homens. A grande concentração de bancárias está entre caixas, recepcionistas, auxiliares, secretárias e operadoras (51,54% do total).
Na questão salarial, encontra-se o reflexo dessa condição: enquanto 20,79% dos homens ganhavam mais de 20 salários mínimos em 2002, essa faixa atingia apenas 11,6% das mulheres. “As bancárias não estão nas posições de maior prestígio e, por conseqüência, têm salário menor embora sua formação educacional seja muitas vezes superior à do bancário”, destaca Tânia.
Para debater este e outros temas relativos à questão do gênero foi composta há dois anos uma mesa temática com a Fenaban. “Em alguns bancos a situação tem melhorado, mas muito lentamente”, aponta a dirigente.
fonte: Folha Bancária