DESEMPENHO DO BANESPA NO 1º SEMESTRE DE 99 (DIEESE)
o banespa no 1º semestre de 1999
Elaboração: DIEESE – Subseção AFUBESP
São Paulo, setembro de 1999
Linha Bancários
o banespa no 1º semestre de 1999
Elaboração: DIEESE – Subseção AFUBESP
São Paulo, setembro de 1999
DIEESE
Direção Técnica
Sérgio Eduardo Arbulu Mendonça – Diretor Técnico
Antônio José Correa do Prado – Coordenador de Produção Técnica
Clemente Ganz Lúcio – Coordenador de Educação e Treinamento
Reginaldo Muniz Barreto – Coordenador de Escritórios Regionais
Wilson Aparecido Costa de Amorim – Coordenador de Linhas Setoriais
Equipe Técnica da Linha Bancários
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Subseção CNB-CUT (Secretário Técnico)
Alcinei Cardoso Rodrigues
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Subseção ANABB
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Subseção SEEB Rio de Janeiro
Luciano Fazio
Subseção FENAE
Marcelo Terrazas
Subseção AFUBESP
DIEESE
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“O BANESPA
NO 1º SEMESTRE 1999″
(Texto n.º 24/99)
Resumo
Este texto analisa de forma sucinta o desempenho do Banco do estado de São Paulo S/A- BANESPA no 1º semestre de 1999, destacando a evolução do número de empregados, da rede de atendimento, e o comportamento das principais aplicações, captações, receitas e despesas do banco, comparativamente ao semestre anterior.
Equipe Técnica que elaborou este trabalho:
Marcelo Terrazas- Subseção Afubesp
DIEESE – Subseção Afubesp
Rua Direita, – 2º andar
01002-000 São Paulo SP
telefone (011) 3115-0088 / fax (011) 3107-9268
e-mail: dieafub@sti.com.br
I – Introdução
Este trabalho realiza uma breve análise do desempenho do Banco do Estado de São Paulo S/A – BANESPA S.A. (banco múltiplo) no 1º semestre de 1999. Para tanto, os resultados alcançados no último semestre são comparados com os de igual semestre de 1998. Ressalte-se que a Lei 9.249/95 eliminou a adoção de quaisquer critérios de correção monetária na elaboração das Demonstrações Contábeis a partir do exercício social de 1996. Deste modo, os dados apresentados no trabalho estão expressos em valores correntes, ou seja, não foram corrigidos para compensar os efeitos da inflação.
II – Estratégia, Estrutura de Atendimento e Pessoal
A Administração do BANESPA, desde a intervenção de dezembro de 1994, vem atuação no sentido de preparar o banco para a sua privatização, buscando a sua liquidez e retirando do banco toda a sua característica anterior de banco público. Seus recursos continuam aplicados predominantemente em títulos públicos, com baixa participação das operações de crédito.
Em relação à sua estrutura de atendimento, observou-se o fechamento 45 PABs ao longo deste semestre, número que chega a 60 quando somados os PABs fechados no segundo semestre do ano passado. O quadro de pessoal também vem apresentando queda contínua desde a decretação do RAET. A redução do contingente hoje é reflexo da política de incentivar as aposentadorias e não contratação para a reposição. Só neste semestre, foram eliminados 627 postos de trabalho (ver tabela 1).
A privatização do banco que vem sendo anunciada periodicamente, foi mais uma vez foi adiada. As autoridades responsáveis por esse processo alegaram que:
· a privatização não deveria ocorrer próxima do final do ano, uma vez que os compradores teriam mais o risco do “BUG do milênio”, alegação feita inclusive por um dos bancos interessados (Bradesco) e ainda, segundo diretoria do BACEN, os bancos estrangeiros (especialmente os americanos) tenderiam a não fazer grandes investimentos nesse período;
· é necessário aguardar a resolução do problema da dívida do município de São Paulo junto à União, para dar um melhor tratamento às aplicações (títulos públicos municipais) que o banco possui em carteira;
· é necessário equacionar também, o problema criado com a nova interpretação da Receita Federal que postula serem tributáveis os provisionamentos realizados para o fundo de pensão dos funcionários, que gera um débito potencial estimado pelo mercado financeiro em R$ 1,2 bilhões. Contudo, em estudo recente sobre o Banespa, o Banco Bozano Simonsen[1] construiu três hipóteses sobre o cáculo do Imposto de Renda e Contribuição Social devidos que varia de R$ 0,00 (no melhor cenário) a R$ 432 milhões.
As duas pendengas não foram solucionadas e constam das Demonstrações Contábeis deste semestre.
III – Situação Patrimonial
O Ativo do banco sofreu redução de 6,1%, embora tenha ocorrido um aumento nas operações de créditos (5,4%)e de tesouraria (5,7%). Assim, houve uma elevação na participação da aplicações em Tesouraria para 60,1% no Ativo do banco, com grande parte desses recursos aplicados em títulos públicos federais (R$ 6,1 bilhões).
As operações de crédito tiveram um pequeno incremento de 5,4% e continuam tendo uma pequena participação no total de aplicações (15,5%) totalizando R$ 3,860 bilhões. Nota-se que os créditos são majoritariamente direcionados ao setor privado (97%). O total das operações de créditos mais as provisões para crédito de liquidação duvidosa atinge R$ 3,963 bilhões e estão distribuídos nas seguintes linhas:
Quadro 1
Banespa: Empréstimos e Financiamento (30/06/99)
LINHA
VALOR
(R$ 1.000)
PARTICIPAÇÃO
VARIAÇÃO
(1sem99 / 1 sem98)
Empréstimos
1.600.044
40,4%
2,0%
Adiantamento a Depositante
10.834
0,3%
16,0%
Títulos Descontados
130.769
3,3%
56,29%
Financiamentos
553.762
13,5%
30,0%
Financiamentos Rurais e Agro industriais
489.883
12,4%
-13,9%
Financiamentos Imobiliários
1.069.127
27,0%
-8,0%
Financiamento Infraestrutura e Desenvolvimento
128.623
3,2%
-2,73%
Fonte: Demonstrações Contábeis
Elaboração: DIEESE – Subseção AFUBESP
Nas contas do passivo houve uma redução de 11,3% no volume total de depósitos. Esta queda se deve basicamente a redução de R$ 1,2 bilhões no saldo de depósitos a prazo. O volume de captações externas também apresentou uma redução de R$ 1,3 bilhões. Isso demonstra que o banco não tem feito nenhum movimento para ampliar a suas captações no exterior. Nos anos de 95 a 96 as captações no exterior estavam paralisadas devido a não publicação das Demonstrações Contábeis. A época a Diretoria do Banespa afirmava que uma vez eliminado este óbice a captação externa seria retomada, previsão até agora não confirmada pelos fatos.
IV – Lucro, Receitas, Despesas e Outros Indicadores
No 1º semestre de 1999 o BANESPA apurou um Lucro Líquido de R$ 581,5 milhões, o 2º resultado dentre os bancos brasileiros no período, e a rentabilidade patrimonial no semestre chegou a 12,3% (ver Tabelas 3 e 4).
Importante ressaltar que no primeiro semestre de 1998 o banco apurou um prejuízo de R$49,4 milhões, mas as receitas totais naquele semestre foram superiores as verificadas neste semestre. Assim comparando-se as diversas fontes de receitas, observa-se uma queda em sua maioria, e, apenas nos itens de menor importância houve algum incremento. Cabe ressaltar que embora o banco tenha ampliado as operações de crédito (5,4%) as receitas apresentaram uma queda (-25,8%), o mesmo ocorrendo com as operações de Tesouraria. Nota-se que os títulos e valores mobiliário representam 55,5% das receitas do banco, enquanto que as operações de crédito somente participaram com 17,6%.
As despesas totais também decresceram, mas em um ritmo muito superior (-35,3%). A queda das despesas totais foi afetada principalmente pela redução
fonte: AFUBESP