Descaso com a saúde no Grupo Santander Banespa
Na reunião do Fórum de Saúde do Santander Banespa, ocorrida no último dia 11, o banco não atendeu a nenhuma das solicitações apresentadas em documento elaborado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo e pela Afubesp, dia 29 de dezembro, para a efetiva prevenção e erradicação das doenças ocupacionais em seus locais de trabalho.
A pauta de encontra era Políticas de Prevenção das Doenças Ocupacionais mas o Santander Banespa manteve sua postura inflexível e irresponsável, mesmo tomando conhecimento de números oficiais levantados pelo INSS, comprovando que os bancários são a categoria profissional com o maior números de vítimas do descaso do setor patronal em relação à saúde.
Mais que isso, o banco alegou que faz prevenção das LER/Dort e dos distúrbios psíquicos e mentais que vêm acometendo os trabalhadores do setor financeiro em escala epidemiológica. Julga ser o suficiente mudar o mobiliário, o lay-out dos departamentos e a publicação de exercícios de ginástica na intranet da empresa.
“Políticas de prevenção é acabar com o assédio moral e a pressão abusiva por metas, é contratar bancários para dar conta do acúmulo de atividades, é diminuir a ganância que busca o lucro a qualquer custo, é permitir que se trabalhe sem a ameaça do desemprego, como atualmente acontece no Santander Brasil e no Santander Meridional. E é também não colocar obstáculos à emissão de CATs, para que os órgãos de saúde públicos tomem conhecimento de que a empresa pratica ações contra a saúde de seus funcionários, como é prática comum no Santander Banespa”, protesta a diretora de Saúde do sindicato, Rita Berlofa.
Segundo Rita, os trabalhadores devem manter-se me contato permanente com a entidade, denunciando práticas contra a saúde. “Vamos levar o descaso do banco com as doenças ocupacionais até o fim. Trata-se de descumprir a lei, que diz que a empresa é responsável pela saúde de seus funcionários e vamos implicar todos os profissionais do grupo responsáveis pelo assunto”, finaliza.
Justiça faz Banespa reintegrar bancário – Carlos Magno Barbosa, 25 anos de Banespa, foi reintegrado depois de provar que tinha problemas de saúde quando o banco o demitiu, em fevereiro do ano passado, juntamente com cerca de 600 outros companheiros.
Na época, Barbosa estava afastado e já havia marcado uma cirurgia na coluna, mas entre a última consulta e a operação, pediu alta do INSS para voltar ao trabalho. “Fiz isso porque tinha muita gente faltando no meu departamento, estava preocupado com o trabalho. Mesmo assim, o banco me demitiu”, diz o bancário, que atuava no Depro (compensação).
Segundo a diretora de Saúde do Sindicato, Rita Berlofa, este tipo de comportamento é muito comum na categoria. “Pelo grau de profissionalismo, muitas vezes os bancários forçam a barra. Em contrapartida recebem do banco o caminho da rua”, explica.
Hoje, após quase um ano, Barbosa entende que falhou. “Antes, eu trabalhava mesmo com dor, agora não faria mais isso. Espero que os bancários possam ter meu caso como exemplo: em primeiro lugar vem a saúde. Foi muito importante do trabalho do Sindicato, que esteve ao meu lado desde o início”, declara.
fonte: Folha Bancária – Seeb SP