DEPUTADOS CEARENSES DISCUTEM SUCATEAMENTO DOS BANCOS ESTATAIS
Por iniciativa do deputado Chico Lopes (PCdoB/CE) foi realizada, no dia 30 de agosto, uma audiência pública na Assembléia Legislativa do Ceará para debater o projeto do governo federal de transformar o BNB – Banco do Nordeste do Brasil – em agência de fomento.
Representando a Afubesp, o diretor Herbert Moniz condenou o projeto do ministro Fernando Bezerra, da Integração Nacional, “DESintegração”, como diz o dirigente, que é, na verdade, uma proposta para transformar o banco numa sucursal do BNDES. Também cobrou dos chefes de departamento, técnicos e superintendentes, que representavam a diretoria do BNB na atividade, uma postura mais condizente com a luta pela transformação do Banco do Nordeste em um verdadeiro banco público, com participação da sociedade na sua gestão.
“Precisamos mudar o perfil dos bancos estatais e não acabar com eles. Para isso, temos a proposta de banco público que serve para todos e permite crédito barato aos pequenos e médios produtores e segmentos discriminados pelos bancos privados”, ressaltou.
Herbert esclarece que os bancários do BNB enfrentam no Ceará o mesmo dilema dos banespianos aqui em São Paulo: um governador, no caso deles Tasso Jereissatti, alinhado com a política econômica do governo federal.
Para ele, a audiência foi positiva, por ampliar o debate sobre a importância dos bancos estatais e aglutinar as entidades que dela participaram, inclusive os representantes do BNB, em torno da iniciativa de encaminhar para a Assembléia Legislativa uma análise crítica da proposta do ministro.
Além de vários deputados estaduais cearenses, participaram da audiência o diretor do Dnocs–Departamento Nacional de Obras Contra a Seca e os deputados federais José Linhares (PPB-CE) e José Pimentel (PT-CE), um incansável defensor dos bancos estatais, dos seus funcionários e do projeto de banco público.
Autoritarismo. Segundo Herbert, os “prepostos do BNB” que participaram da audiência defenderam a gestão do atual presidente Byron Queiroz que, na sua opinião, é temerária e de um autoritarismo inconcebível nos dias atuais. “Imagine que ele se recusa a debater com a representação interna e externa dos trabalhadores o acordo coletivo e qualquer outro tipo de relação trabalhista”. “E vai mais longe”, afirma, acrescentando que Byron promove uma perseguição “tenaz” ao presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Tomaz de Aquino, funcionário do BNB, e impede até o acesso dos dirigentes sindicais às dependências do banco.
fonte: AFUBESP