Demissões: representação cobra cumprimento de compromisso assumido pelo Santander
Na negociação realizada quinta-feira, 6, com a diretoria do Santander Banespa, as entidades sindicais e de representação criticaram duramente o corte de funcionários efetuado nos últimos dias, quando cerca de 100 funcionários foram dispensados, e cobraram do banco o cumprimento do compromisso assumido em dezembro do ano passado, de que não haveria mais demissões em massa nem discriminatórias. Elas solicitaram também a reintegração de todos os demitidos.
Em resposta, os negociadores do Santander Banespa disseram que não estão promovendo demissão em massa – ou seja, para o banco 100 pessoas colocadas na rua em uma semana não significam muito – e que essas dispensas não estão sendo focadas em determinado grupo.
A argumentação da empresa não convenceu os representantes dos funcionários. “O que estamos detectando é que essas demissões estão sendo dirigidas aos banespianos próximos da estabilidade pré-aposentadoria e bancários com jornada de seis horas”, afirma Marcos Benedito, secretário-geral da Afubesp, que participou da reunião.
Para comprovar a denúncia, os dirigentes sindicais relataram a existência de profissionais bem avaliados entre os demitidos. “Isso tem causado muita desconfiança entre os funcionários sobre os critérios do banco, pois eles estão vendo que não adianta ter uma boa performance para permanecer no emprego”, revelou Rita Berlofa, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Os negociadores da empresa se disseram surpresos com essa informação e se propuseram a reavaliar, caso a caso, as demissões de pessoas bem avaliadas.
Banespianos próximos da estabilidade pré-aposentadoria – Diante da constatação de que muitas das demissões atingem trabalhadores do Banespa próximos da estabilidade pré-aposentadoria, as entidades propuseram ao banco estabelecer uma proteção para funcionários que estejam a menos de um ano de ingressar nessa cláusula. “É um absurdo a dispensa de pessoas que estão a poucos meses de adquirir esse direito”, critica Marcos Benedito, que pondera: “Muitos desses colegas, mesmo com problemas de saúde, se empenham ao máximo no trabalho, esperando que a empresa reconheça o seu esforço, mas o ‘prêmio’ que recebem é a demissão.”
Trabalho no feriado da semana santa – Outro tema importante debatido na negociação foi falta de sensibilidade do Santander ao convocar os funcionários para trabalhar em pleno feriado da semana santa, a data mais importante para os cristãos. Apesar de toda insistência da representação, que propôs ao banco a realização das simulações referentes à integração das plataformas tecnológicas em outra data, o impasse não foi solucionado.
A empresa anunciou que os empregados irão trabalhar “apenas” no sábado de aleluia, dia 15, com exceção do pessoal da Tecnologia, que será convocado também para a sexta-feira santa.
Os sindicalistas reclamaram da medida, pois os bancários não poderão viajar e passar a Páscoa com suas famílias no interior e em outros estados, como muitos tinham planejado.
Quanto ao pagamento das horas extras trabalhadas, uma das principais reivindicações dos funcionários, os negociadores da empresa se limitaram a reafirmar que os gerentes são inelegíveis.
Central de atendimento de RH – Os graves problemas no atendimento do Departamento de Recursos Humanos foram abordados na reunião. Para reduzir as reclamações dos funcionários, o Santander Banespa revelou que estuda a criação de uma Central de Atendimento de RH. Os representantes dos funcionaram propuseram, então, que o banco tenha atendimentos especializados, inclusive para bancários afastados por problemas de saúde e aposentados.
Questão do Imposto de Renda – O banco informou que não cobrou juros sobre os valores relativos à antecipação do Imposto de Renda do ano passado para quem pagou o empréstimo até o dia 24 de fevereiro de 2006. Entretanto quem não quitou o débito até aquela data, deverá pagar juros retroativos a dezembro de 2005.
Novo encontro – Até a próxima quarta-feira, dia 12, os dirigentes sindicais e a direção do Santander Banespa definirão a data de uma nova reunião, onde deverão ser debatidas regras que visem barrar demissões injustas e discriminatórias, bem como a proposta para estender a proteção aos trabalhadores que estão a menos de um ano da estabilidade pré-aposentadoria.
fonte: Airton Goes – Afubesp