CUT não quer comissão sobre crédito descontado em folha; Força Sindical quer
O acordo de empréstimo aos trabalhadores com desconto no contracheque vai render um repasse de verba aos sindicatos e centrais sindicais. O presidente da CUT, Luiz Marinho, informou que a central não pretende cobrar essa taxa administrativa. “O sindicato tem custo, mas não queremos que o acordo seja visto como um serviço prestado, entendemos que é um benefício.” Para ele, os sindicatos já recebem mensalidades dos associados e podem dispensar a cobrança de taxas de administração sobre os acordos de crédito que forem firmados.
Ao contrário da CUT, a Força Sindical vai ganhar uma comissão de 0,5% do total emprestado a cada metalúrgico. Esse percentual está previsto no primeiro acordo feito entre a central e o Santander Banespa.
De acordo com a Folha de S.Paulo, em três dias, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (filiado à Força) fechou cem acordos em cinco metalúrgicas paulistas. Se cada trabalhador receber R$ 1.000 de empréstimo, a entidade receberá R$ 500.
Segundo o presidente do sindicato, Eleno José Bezerra, essa porcentagem é “uma taxa de administração, uma vez que existe um custo operacional, que inclui desde a divulgação até a fiscalização dos acordos”. O dirigente também informou que uma funcionária da cooperativa de crédito do sindicato já foi destacada para acompanhar e verificar as taxas de juros cobradas – de 2% a 3,8% – e as formas de pagamento (parcelas fixas de 12 a 48 meses).
O vice-presidente executivo do Santander, Miguel Jorge, afirmou que a taxa repassada ao sindicato não encarece o valor do empréstimo e que a comissão não está embutida no montante emprestado. “O sindicato vai ter trabalho para fazer, e o Santander não quer que nenhum sindicato trabalhe para o banco, eles devem trabalhar para os seus associados, e esperamos que os outros bancos pensem da mesma forma.”
fonte: Folha de S.Paulo