Copom reduz 0,5 ponto e juro cai para 14,25% ao ano
O Banco Central surpreendeu nesta quarta-feira, dia 30, ao anunciar um corte na taxa básica de juros maior do que o esperado pela maior parte dos analistas. O Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,25% ao ano, enquanto a maioria do mercado esperava uma redução de só 0,25 ponto. O comitê tomou a decisão na última reunião antes do primeiro turno das eleições.
Segundo a Folha online, a taxa de juros é a menor desde o início das reuniões do Copom, em 1996. O fator que mais justifica o menor conservadorismo do Banco Central é a tendência de queda da inflação. No entanto, é a primeira vez desde maio do ano passado que a decisão do Copom diverge do levantamento feito semanalmente pela autoridade monetária, o chamado boletim Focus.
No último Focus, o mercado financeiro esperava um corte de 0,25 ponto e uma inflação de 3,66% neste ano. Na reunião anterior, a previsão era de um aumento de preços de 3,77%.
A meta de inflação oficial é de 4,5% de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) –com uma margem de tolerância de dois pontos para cima ou para baixo.
Além disso, o crescimento da economia parece que não provocará pressão sobre os preços – o IBGE divulgará amanhã o PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre.
No cenário internacional, o Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) anunciou ontem uma certa preocupação com a desaceleração da economia do país, após dois anos de aumento da taxa de juros – hoje em 5,25% ao ano.
A aposta quase majoritária de um corte de 0,25 ponto era sustentada pela ata da última reunião do Copom, que indicava “maior parcimônia”, principalmente porque há uma preocupação sobre os efeitos que a decisão de hoje e dos próximos encontros terão sobre a economia a partir do ano que vem.
O processo de redução da taxa de juros começou em setembro do ano passado. Na ocasião, a Selic passou de 19,75% para 19,5% ao ano.
A maior preocupação do BC é com o controle da inflação. No entanto, não há risco aparente de a meta desse ano não ser cumprida.
fonte: Ana Paula Ribeiro, da Folha Online