Copom mostra “insensatez”, avalia presidente da CUT
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) considerou como “insensata” a decisão do Copom de manter a taxa básica de juros (Selic) em 19,75% ao ano. Para a Força Sindical, a conseqüência será “nefasta para a economia do país”.
Na avaliação do presidente interino da CUT, Wagner Gomes, que substituiu Luiz Marinho (ministro do Trabalho) na central, “diante do grave momento político que vivemos, a CUT acredita que melhor seria convocar a sociedade, incluindo trabalhadores, movimentos sociais, empresários e classe política, para estabelecer uma negociação ampla em torno de metas de crescimento e de defesa do processo democrático, que incluiria, necessariamente, a queda da taxa de juros”.
A central também questiona o aspecto técnico da política econômica adotada: “Nem os habituais argumentos para defender essa política monetária encontram respaldo no mundo real, a inflação já recuou e cede espaço à deflação”.
Em junho, quando Marinho estava no comando da central e o Copom também manteve a taxa em 19,75% ao ano, a CUT “insistia” na mudança da política econômica, que poderia começar pela redução dos juros, mas “deve ir além, combinando a fixação de metas de inflação e de superávit primário realistas, liberando recursos para investimentos sociais, para infra-estrutura e permitindo um choque de produção”.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, afirmou que “nesse patamar estratosférico, os juros vão continuar estrangulando o setor produtivo e inibindo o consumo e a criação de novos postos de trabalho”. Diz ainda que “o governo frustra as expectativas de voltarmos a ter esperança de crescimento econômico”. Para a central, a taxa [19,75%] “já aponta recessão para o segundo semestre”.
“A inércia em discutir uma agenda voltada para o desenvolvimento, a crise de moralidade do governo, com a percepção de corrupção generalizada no poder público, unida a alta taxas de juros, deterioram de forma assustadora as expectativas da sociedade”, diz a Força Sindical em sua nota.
fonte: Folha de S.Paulo (21/7)