Contraf solicita audiências com ministros da Fazenda, do Trabalho e da Justiça
A Contraf-CUT enviou na segunda-feira, dia 3, ofícios solicitando audiências com os ministros Guido Mantega, da Fazenda, Carlos Lupi, do Trabalho e Emprego, Tarso Genro, da Justiça, e com o diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda. Os encontros farão parte da etapa da Jornada de Lutas que se desenrolará em Brasília, como parte da Campanha Nacional 2007.
Na Fazenda, o debate com o ministro Guido Mantega será sobre a regulamentação do sistema financeiro no Brasil. Para Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT, é inadmissível, em um momento em que a sociedade brasileira sofre transformações tão profundas, ter um setor da economia absolutamente desregulamentado como está o setor financeiro.
Ele avalia que o sistema financeiro nacional precisa estar voltado para a produção, fornecendo crédito para o desenvolvimento do país e é uma tarefa do governo regulamentar esse setor. “Ao mesmo tempo que é um governo desenvolvimentista, que lança o PAC, o governo Lula deixa intocado o sistema financeiro”, critica Vagner. “Essa é uma tarefa que o governo precisa assumir. Se um governo popular e democráticoa não fizer essa mudança, quem vai fazer?”, questiona.
Os sindicalistas irão ao Ministério do Trabalho e Emprego pedir ao ministro Carlos Lupi a ampliação da fiscalização junto aos bancos para combater a terceirização e a interposição fraudulenta de mão-de-obra, que são mecanismos usados pelos banqueiros para descaracterizar o trabalhador como bancário e deixá-lo de fora das conquistas da Convenção Coletiva da categoria, precarizando as condições de trabalho.
Além disso, pedirá a ratificação pelo país da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que inibe as demissões imotivadas. “Se essa convenção for assinada, as empresas terão que se justificar perante a sociedade sobre uma demissão, o que protegerá todos os trabalhadores”, avalia Carlos Cordeiro, secretário-geral da Contraf-CUT. Para os bancários, o tema é ainda mais urgente devido às pressões da possível fusão internacional do ABN Amro com outro grupo, o que traz risco a milhares de postos de trabalho no país.
Com o ministro da Justiça Tarso Genro e com o diretor geral da Polícia Federal, Carlos Lacerda, o tema será segurança bancária. Os sindicalistas irão cobrar um retorno em relação a audiências anteriores. “Os assaltos continuam, as pessoas continuam sendo assassinadas, como ocorreu recentemente com um bancário do BB no Rio Grande do Sul e com um cliente no auto-atendimento do Bradesco”, afirma Carlos Cordeiro.
“Esperamos que o Ministério da Justiça e a Polícia Federal fiscalizem e cobrem dos bancos o cumprimento das leis, com a implantação de sistemas de segurança adequados que protejam todas as áreas das agências, inclusive o auto-atendimento”, avalia. Os bancários cobrarão ainda o cumprimento, por parte dos bancos, da Lei 7102, que proíbe que bancários realizem o transporte de numerário.
fonte: Contraf-CUT