Congresso define caminho para continuidade da luta no Grupo Santander Banespa

Defender os empregos, unificar os contratos de trabalho, direitos e benefícios pelas cláusulas e condições mais vantajosas, integrar a luta da categoria por melhores condições de trabalho e salários e conquistar um plano de incentivo à antecipação de aposentadoria foram algumas das prioridades de luta definidas no 18.º Congresso Nacional dos Trabalhadores do Grupo Santander Banespa, realizado nos dias 1, 2 e 3 de abril, na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

Os 329 delegados vindos de todo o país decidiram também propor que a gestão da Sanprev (Santander Brasil) seja agregada à do Banesprev (Banespa) – a idéia é que todos os empregados do grupo tenham acesso a um fundo de pensão, com contribuições da empresa e dos participantes – e iniciar amplo processo de análise e estudos sobre a viabilidade de se integrar os planos de saúde. O objetivo é criar um plano de assistência médica unificado na Cabesp, com gestão compartilhada (vide abaixo resumo das principais deliberações do congresso: bandeiras e estratégias de ação).

As propostas foram aprovadas após a realização de vários painéis, reuniões em grupo e discussões em plenário. De acordo com o presidente da Afubesp, Aparecido Sério da Silva, o evento propiciou excelente oportunidade de ampliar a união dos trabalhadores do Banespa, Santander Brasil e Meridional. “A troca de experiências é fundamental para aprofundarmos a compreensão de que só atuando de forma conjunta poderemos encontrar saídas para impedir as demissões, o desrespeito à jornada de trabalho, o assédio moral e a interposição fraudulenta de mão-de-obra.”

Além de representantes dos três bancos que compõem o grupo no Brasil, o congresso teve a participação de dirigentes sindicais do Uruguai e da Espanha, que descreveram a política do SCH em seus países.

Movimento contra as demissões – Sintonizados com a preocupação dos bancários em relação ao emprego, os delegados referendaram um conjunto de ações para reverter às demissões e barrar novas dispensas. Ficou definido, por exemplo, que no dia 14 a nova Comissão de Empresa (aprovada no congresso) analisará o resultado da negociação com o banco, marcada para a próxima terça-feira, 13. No dia 20, será realizado o Dia Nacional de Mobilização em Defesa do Emprego.

Resumo das principais deliberações

I– No próximo período os trabalhados do grupo irão lutar pelas seguintes bandeiras:

–Garantia de emprego para todos;

–Reversão das demissões;

–Unificação dos contratos de trabalho, direitos e benefícios, com base na convenção coletiva dos bancários, no acordo coletivo do Banespa e nos demais aditivos, respeitando-se as condições mais vantajosas de cada um;

–Fim da terceirização e da interposição fraudulenta de mão-de-obra, com a efetivação dos estagiários (que exerçam funções de bancários) e terceirizados;

–Criação de um plano de incentivo à aposentadoria opcional, que contemple o pagamento de assistência médica integral pelo banco, da multa de 40% sobre o saldo do FGTS e de 10 salários adicionais.

II – Estratégias de ação

Para conquistar suas reivindicações, os trabalhadores do grupo vão:

–Intensificar a luta para reverter todas as demissões. “Demitiu, parou!”;

–Envolver o presidente Lula e demais responsáveis pelos governos federal, estaduais e municipais nas negociações para que os bancos cumpram função social e sigam as leis do país;

–Intensificar campanha de mídia para denunciar à população as empresas financeiras, principalmente grupos estrangeiros, que têm atuação danosa no país;

–Criar agenda de negociação unificada de todos os bancos do grupo. Nesse período, seriam suspensas todas as demissões;

–Denunciar todas as ilegalidades cometidas pelo banco, como a interposição fraudulenta de mão-de-obra, à Justiça e ao Ministério Público.

fonte: Afubesp