Compra de prédio pelo Santander vai na contramão da atual tendência
Banco engessa nada menos do que R$ 1 bilhão em nova sede
A decisão do Santander, de gastar mais de R$ 1 bilhão na compra de sua nova sede no Brasil, vai na contramão da atual tendência de venda de grandes propriedades observadas nas instituições financeiras no país e no mundo. O negócio, o maior já fechado no ramo imobiliário brasileiro, vai de encontro inclusive ao que o próprio Santander faz fora do país.
No mundo inteiro os bancos optam pela venda de imóveis e o aluguel de espaços corporativos a fim de aumentar a liquidez de seu patrimônio. Na Espanha, o Santander vendeu, no início deste ano, a sua sede mundial, a Cidade Financeira, por cerca de R$ 5 bilhões. Em Bogotá, a sede foi repassada por R$ 52 milhões para a WTorre, mesma construtora que vendeu o edifício para o Santander no Brasil. A divisão colombiana foi outra que vendeu sua sede.
Outras instituições também estão se livrando de grandes propriedades. O Itaú, por exemplo, vendeu há cerca de um ano a antiga sede do BankBoston por R$ 350 milhões. Na mesma trilha segue o Banco Central, que orienta as instituições a fazer o mesmo até com agências.
“É estranha essa operação e tememos que isso possa prejudicar a alavancagem do Santander, afetar o balanço e, conseqüentemente, resultar em prejuízos para o bancário no pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e nos programas próprios de distribuição dos lucros. Ficaremos atentos aos desdobramentos desta decisão”, diz Rita Berlofa, diretora do Sindicato e funcionária do Santander. “Também chama a atenção o valor bilionário, bem acima do que observamos nas outras transações”, completa.
Tropeços o banco já mostrou ser capaz de cometer. O desempenho ruim do balanço do ano passado, divulgado no início de 2008, é um dos exemplos.
fonte: André Rossi – Seeb SP, com Valor Econômico