Comitê de Relações Trabalhistas debate temas de interesse dos empregados do grupo
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander Banespa debateu com a direção do banco diversos assuntos de interesse dos trabalhadores do grupo durante reunião do Comitê de Relações Trabalhistas, realizada na última terça-feira, dia 4.
Um dos questionamentos da representação dos funcionários diz respeito à distribuição da cartilha “Ponto de venda: gerando oportunidades de negócio no caixa” aos bancários, que acaba promovendo desvio de função dos caixas transformando-os em vendedores.
Sobre este tema, o superintendente de Relações Sindicais, Gilberto Trazzi, assegurou que os caixas não têm metas de vendas de produtos e informou que a cartilha está sendo revisada.
Confira abaixo os principais assuntos debatidos no encontro (o banco ficou de responder todas as questões no prazo máximo de 30 dias):
– Jornada de trabalho e ponto eletrônico
Os representantes dos bancários reclamaram da extrapolação da jornada de trabalho e questionaram o banco sobre informações de que não haverá mais pagamento de horas extras, mas sim compensação das horas excedentes, configurando o chamado banco de horas, que é ilegal.
Também foi perguntado sobre a intenção de desligar os sistemas às 18h durante dois dias por semana, a implantação do ponto eletrônico para os gerentes e a continuidade das sucessivas e intermináveis reuniões a que os funcionários são obrigados a participar, muitos até perdendo aulas e provas na universidade.
Consta na ata da reunião que “o banco informou que, em razão das recentes mudanças estruturais que estão em curso na Vice-Presidência Executiva de Rede, que passa a assumir a gestão administrativa dos pontos de venda, acarretando substancial revisão das atribuições e responsabilidades de seus integrantes, a partir de 1º de julho todos os gerentes de negócios e gerentes de operações passaram a ser elegíveis ao controle de freqüência, devendo registrar diária e fielmente sua jornada de trabalho no sistema de ponto eletrônico”.
O banco ainda comunicou que “dentro do seu programa de valorização da qualidade de vida está lançando uma campanha para que as quartas e quintas-feiras (dias que começam com a letra “Q” de Qualidade) os funcionários priorizem o convívio familiar, não excedendo a jornada normal de trabalho”.
Quanto ao desligamento do sistema (login) após o horário normal de trabalho, o banco adiantou que “no Centro Administrativo Santander III, em São Paulo, está em funcionamento piloto com o bloqueio de login que, futuramente, será estendido para outras dependências do banco”.
A empresa ressaltou que “não existe banco de horas e que a compensação praticada é a semanal, segundo os termos da legislação trabalhista e que não procede a informação de que não haverá pagamento de horas extras”.
– Integração tecnológica
Foi proposto pelos dirigentes sindicais o pagamento de uma remuneração aos gerentes pelos dois domingos de simulação (19 de fevereiro e 26 de março) e pelo dia de integração (sábado de aleluia – 15 de abril). Também foi cobrado o gozo prometido da falta abonada até julho a todos que trabalharam no dia 15 de abril, tendo em vista nem todas as agências organizaram escalas para tirar essa folga, que deve ser usufruída preferencialmente numa sexta ou segunda-feira para compensar o feriadão perdido.
O banco informou apenas que “já foram agendadas as folgas compensatórias e os funcionários que ainda não usufruíram o referido descanso deverão fazê-lo no mês de julho de 2006”.
– Assédio moral e cobrança de metas
A representação dos trabalhadores exigiu que os gestores sejam orientados formalmente a parar com a prática de assédio moral e com as ameaças de demissão em reuniões, pois os gerentes continuam reclamando da cobrança de metas abusivas impostas para venda de produtos, o que tem aumentado o estresse e as doenças do trabalho.
Os dirigentes sindicais esperam que o banco atue com o máximo rigor para eliminar a prática de assédio moral.
O banco ficou de avaliar os casos pontuais desse tipo e dar ênfase à importância do cumprimento do código de ética do banco.
– Atestado de saúde
Em comunicação aos funcionários, o banco está exigindo que os atestados de saúde sejam encaminhados ao RH pessoalmente pelo funcionário.
A representação entende que dependendo do motivo do afastamento o funcionário fica impedido de comparecer ao banco para levar o atestado, devendo o mesmo ser aceito por outra pessoa que não o próprio funcionário.
O Santander Banespa avaliará as propostas dos sindicatos para mudança do MI (Manual de Instruções), para que o atestado seja entregue em um prazo de 48 horas.
– Plano de Cargos e Salários
A respeito do Plano de Cargos e Salários (PCS), o banco se comprometeu em marcar uma reunião com os representantes dos funcionários. Os trabalhadores reivindicam isonomia salarial para empregados que desempenham uma mesma função e reajuste compatível em casos de promoção.
Os dirigentes sindicais denunciaram que foram realizadas promoções de bancários da função de assistente de gerente para gerente, gerentes de PAB’s para gerentes de pontos de venda, entre outros, sem reajuste ou com aumento salarial incompatível ao novo cargo.
– Acúmulo de funções
Os dirigentes sindicais denunciaram ainda que gerentes e coordenadores estão sendo obrigados a abrir o caixa durante vários dias do mês em função da falta de funcionários. A representação exigiu o fim da disfunção de cargos e que a contração imediata de trabalhadores nas agências onde há essa irregularidade.
O Santander Banespa disse que irá verificar.
fonte: Érika Soares com informações Sindbancários