CNB BRASIL TEM MAIS INFORMAÇÕES SOBRE NEGOCIAÇÃO COM FENABAN
Como previa a Executiva Nacional, a Fenaban não apresentou nenhuma proposta para as reivindicações dos bancários, durante a negociação realizada ontem. Em contrapartida, voltou a demonstrar que pretende promover alterações, para pior, no anuênio e na jornada. Confira:
Reajuste salarial – De acordo com os banqueiros, a lucratividade extraordinária do setor não tem absolutamente nada a ver com os salários. Os lucros, de acordo com eles, são conjunturais, portanto seria errado repassá-los para os salários. O ideal seria repassar a lucratividade aos bancários através da cláusula da PL, que, na visão deles, prevê margens flexíveis. ICV do DIEESE ou qualquer outro índice de inflação também não poderão ser utilizados no cálculo. Os banqueiros alegaram que, desde 1994, com a desindexação dos reajustes salariais, não se consideram obrigados a repor a inflação do período. Assim, afirmaram que apresentarão proposta de reajuste sem referência a qualquer índice de inflação concreto. Discutir produtividade, impossível.
A Executiva, por sua vez, lembrou as perdas sofridas pelos bancários e a pressão que certos custos (como educação e saúde) vêm exercendo sobre o orçamento da categoria. O primeiro item, por exemplo, já acumula aumentos de 179,6% desde julho de 94, quando foi implantado o Plano Real.
Auxílio-educação – Os banqueiros afirmaram que o problema dos custos com educação não é apenas dos bancários, mas de todos os trabalhadores. Dessa forma, não vêem razão para os bancos adotarem uma política diferente. Chegaram a dizer que não é verdade que as instituições financeiras exigem nível superior dos funcionários.
Anuênio – A Fenaban disse que vai apresentar uma proposta para o anuênio na próxima negociação. Na primeira rodada, os banqueiros demonstraram interesse em congelar o benefício. Para a Executiva, a intenção de extinguir o direito está clara.
Igualdade de Oportunidades – Os banqueiros disseram que não existe discriminação de nenhuma espécie nos bancos. Não aceitaram constituir uma comissão para discutir o tema, mas acataram a idéia de criar uma agenda para realizar debate com a própria comissão de negociação da Fenaban.
Extensão da Convenção – De acordo com a FENABAN, unificar todos os trabalhadores do sistema financeiro como uma única categoria “vai contra o mercado”. Na visão dos banqueiros, a categoria deveria é aceitar uma nova regulamentação dos direitos dos bancários a fim de estimular os bancos a reincorporar alguns segmentos que foram terceirizados. As “jornadas especiais” poderiam ser enquadradas aí.
Auxílio-babá e vale-transporte – O problema com esses dois benefícios não é com os bancos, mas com o INSS, que está querendo tributar estas verbas.
Demais cláusulas – A FENABAN disse que aceita renovar a Convenção Coletiva atual (com exceção do anuênio), apenas alterando os valores e datas.
Nova rodada – Nova negociação ficou marcada para o dia 09. Os banqueiros prometeram apresentar uma contraproposta para as cláusulas econômicas nessa data.
Avaliação – O resultado da negociação não surpreendeu a Executiva Nacional. “A lógica de todas as campanhas continua, ou seja, os banqueiros querem, mais uma vez, dar o menor reajuste e retirar mais direitos”- alerta o presidente da CNB/CUT, Sérgio Rosa. Diante das dificuldades já previstas, a Executiva reafirma a importância da mobilização para reverter o cenário. Desde já, as entidades devem intensificar com a categoria o debate sobre a pauta de reivindicações. A Executiva Nacional também indica aos sindicatos que discutam a proposta da CUT de paralisação nacional em outubro.
fonte: AFUBESP