Cerca de mil bancários participam de passeata em São Paulo
Apesar do frio e da garoa fina, cerca de mil bancários participaram da passeata que percorreu as ruas do centro velho de São Paulo no início da noite de ontem. A atividade foi encerrada com ato de protesto em frente à sede da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), na rua Líbero Badaró.
Antes da passeata, a categoria decidiu por maioria permanecer em greve nesta quarta-feira, 6, quando o movimento entra em seu 22º dia.
Nova assembléia está marcada para hoje, às 16h, na Quadra dos Bancários (rua Tabatingüera, 192, Sé).
Conversas em Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, em reunião ocorrida ontem com a Executiva Nacional dos Bancários, afirmou que vai interceder junto às direções do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e junto ao presidente da Fenaban, Márcio Cypriano, reforçando a necessidade de reabertura das negociações.
CEF – Pela manhã, a Executiva dos Bancários reuniu-se com a diretora de Recursos Humanos da Caixa Econômica Federal, Diva de Souza Dias, e solicitou a reabertura de negociações sobre questões específicas dos funcionários deste banco e a intervenção, junto à Fenaban, para a retomada do processo de negociação em torno das cláusulas econômicas. A diretora de RH da Caixa levou a reivindicação ao conselho diretor do banco e prometeu dar um retorno, mas até as 19 horas não havia feito contato.
Banco do Brasil – Em outra reunião, a direção do Banco do Brasil afirmou à Executiva dos Bancários que não está disposta a interceder junto à Fenaban pela retomada do diálogo, uma vez que não faz parte da comissão de negociação da Federação dos Bancos.
Quanto às questões específicas, a direção do BB afirma que manterá o fórum permanente de debates sobre essas questões, mas que não pretende retomar as discussões agora. Além disso, a direção do banco continua ameaçando descontar os dias parados dos trabalhadores em greve. Essa postura foi considerada uma provocação pela Executiva Nacional dos Bancários.
“Enquanto os banqueiros mantiverem a intransigência e o desrespeito à categoria e aos cidadãos que dependem de seus serviços, só resta aos bancários manter a greve”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino. “Os trabalhadores decidiram, em assembléia que reflete a vontade soberana da categoria, rejeitar a proposta feita em 8 de setembro. A greve começou no dia 15 e de lá para cá os banqueiros não marcaram nenhuma nova rodada de negociação, demonstrando sua disposição de radicalizar”, completa o dirigente.
fonte: Airton Goes, com informações do Seeb SP