Campanha salarial da categoria: banqueiros oferecem só 1% a mais
Apesar terem iniciado as negociações de ontem, dia 1.º, dizendo que estavam com o espírito de fechar acordo e que pretendiam mudar a proposta, os banqueiros não ficaram nem vermelhos ao propor reajuste de 10%. A “nova oferta” aumenta em apenas 1% à anterior (de 9%), que havia gerado indignação em toda a categoria e levou os bancários a realizarem grandes mobilizações no dia 28 passado.
O percentual oferecido pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) está longe de recompor a inflação dos últimos doze meses, calculada pelo INPC em 18%. A categoria reivindica reajuste de 21,58%.
Abono de R$ 1.320,00 – Contrariando a determinação dos bancários de não aceitar abono em troca de índices de reajuste, os banqueiros também propõem correção de 10% sobre o montante pago no ano passado, o que faria o valor dessa cláusula passar de R$ 1.200,00 para R$ 1.320,00.
Resposta é a mobilização – A Executiva Nacional dos Bancários rejeitou a proposta e marcou paralisações e manifestações para esta quinta-feira, dia 4. Os representantes da categoria consideram que a política de abono é altamente prejudicial à categoria, pois causa o achatamento salarial e a perda do poder de compra. O abono, na verdade, fica com o banco. Só serve para o bancário pagar as suas dívidas. O que precisamos é de aumento real de salário, explicou Vagner Freitas, presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT).
Para ele, é um absurdo que um setor com tanta lucratividade não reponha ao menos a inflação do período. O que precisamos agora é mobilizar a categoria para conseguir melhorar os salários. Nós orientamos que os sindicatos façam um trabalho na base nesta terça e quarta-feira, para que na quinta tenhamos um forte Dia Nacional de Luta, finalizou Vagner.
Veja o calendário de mobilização definido pela Executiva após a negociação:
Dia 2 – valorização dos clientes
Dias 2 e 3 – discutir a proposta nas agências e mobilizar a categoria
Dia 4 – Dia Nacional de Luta, com paralisações, e o Grito dos Excluídos
Dia 5 – repercussão das atividades nas agências
Dia 8 – reunião da Executiva às 10h e negociação com a Fenaban às 15h
fonte: CNB/CUT e Afubesp