Campanha da CNB/CUT busca melhora do atendimento bancário
A Confederação Nacional dos Bancários – CNB/CUT – lançou na segunda-feira, dia 21, em São Paulo, a “Campanha Nacional pela Melhoria no Atendimento Bancário”. Em seminário que aconteceu no sindicato local, ocorreu debate com diversos setores da sociedade, foram mostradas as peças publicitárias de esclarecimento à população sobre o assunto e foi lançado abaixo-assinado para recolher 1 milhão de assinaturas, que será encaminhado ao Banco Central e ao Congresso, propondo a ampliação do horário de atendimento, criação de dois turnos de trabalho para melhorar o atendimento, além revisão da cobrança das tarifas e dos taxas de juros cobradas.
”Foi consenso que os bancos precisam investir na melhoria do atendimento bancário, pois é de interesse de toda a sociedade. Os bancos têm hoje todos os fatores favoráveis, como mudança na lei de falências, queda da inadimplência e diminuição da taxa básica de juros, mas a taxa de juros para os clientes não cai”, afirma o secretário-geral da CNB/CUT, Carlos Cordeiro.
O secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Alencar Ferreira, disse que “é óbvio que o Código de Defesa do Consumidor, CDC, se aplica aos bancos. É uma legislação avançada para melhorar a relação tensa entre clientes e bancos”.
A representante do Idec destacou que os bancos devem sim seguir o CDC. “O Código do Consumidor Bancário, que os bancos querem seguir, não deve se sobrepor ao CDC, que é o código maior, com os princípios que regem a relação com o consumidor”, disse Maíra Feltrin
O Procon também afirmou que os serviços prestados pelos bancos hoje estão muito ruins e os clientes não têm o direito de optar em ser atendido nas agências por bancários ou utilizar os caixas-eletrônicos. Segundo Diorgenes, o número de ocorrências aumentou e muito após a utilização dos meios eletrônicos.
Já o representante do Banco Central destacou que o papel do BC é o aspecto regulamentar, que ao BC também interessa a melhoria no atendimento bancário. “O BC nunca teve a intenção de passar por cima e não se contrapõe ao Código de Defesa do Consumidor”, afirmou Sérgio Odilon dos Anjos, justificando que o Código do Consumidor Bancário foi criado pela instituição por não haver regulamentação para o setor. Disse ainda que o BC está à disposição para receber as sugestões e tem o maior interesse em discutir alternativas.
A CNB/CUT levará a campanha a todo Brasil, por meio do abaixo-assinado, e fará debates com todos os agentes sociais que de alguma forma se relacionam com o tema. “O mau atendimento nos bancos desmascara o debate de responsabilidade social dos mesmos. Queremos conscientizar todos os clientes e usuários a exercerem seus direitos e exigirem um retorno à altura dos lucros dos bancos”, destaca Vagner Freitas, presidente da CNB/CUT.
Participaram do debate, o presidente da CNB/CUT, Vagner Freitas, Maíra Feltrin, advogada e coordenadora do serviço de orientação ao associado do Idec, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor; Diorgenes Donizete Silva, Técnico de defesa do consumidor e supervisor da área de assuntos financeiros do Procon; Sérgio Odilon dos Anjos, chefe-adjunto do Departamento de Normas do Sistema Financeiro do Banco Central; Kjeld Jakobsen, presidente do Instituto Observatório Social; Alencar Ferreira, secretário executivo do Ministério do Trabalho; Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, e Carlos Cordeiro, Secretário-geral da CNB/CUT.
Convidados, os representantes da Febraban e do Banco do Brasil não compareceram.
Veja abaixo o texto do abaixo-assinado:
ABAIXO-ASSINADO PELA
MELHORIA DO ATENDIMENTO BANCÁRIO
Nós, abaixo-assinados, consumidores dos produtos e serviços bancários, vimos, através deste, reivindicar a ampliação do horário de atendimento das agências, passando a ser obrigatório o período das 09h às 17h em todo país, com a criação de dois turnos de trabalho, com a finalidade de melhorar o precário atendimento que as instituições financeiras atualmente vêm prestando a toda sociedade.
Outras questões que merecem revisão urgente são as cobranças das tarifas, que não revertem em melhores serviços para população, bem como das atuais taxas de juros, que inibem o crédito produtivo.
fonte: CNB/CUT