Cadastro positivo pode reduzir spread bancário em até 30%
A aprovação do cadastro positivo de clientes pode gerar uma redução de até 30% no spread bancário. Foi o que alegaram os bancos ao ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele usou esse argumento ao fazer um apelo na quinta-feira, dia 12, na Câmara dos Deputados, para que o Congresso acelere a tramitação do projeto de lei que prevê esse dispositivo.
O cadastro positivo vai permitir que os bancos separem o bom do mau pagador e possam reduzir os juros cobrados daquele que paga em dia.
Projeto de lei nesse sentido foi enviado pelo Executivo ao Congresso no ano passado, como uma das medidas para redução do spread bancário – que é a diferença entre a taxa de captação e o juro cobrado nos empréstimos oferecidos pelo sistema financeiro.
Em audiência na Comissão de Tributação e Finanças da Câmara, Mantega voltou a afirmar que “os juros bancários ainda são altos no país, além de uma preocupação constante do governo”.
O ministro acrescentou que também o spread “ainda é muito elevado”. Ele citou que os bancos argumentam que quase 60% do spread é formado por custos administrativos e inadimplência.
“Existe espaço e é uma prioridade reduzir o spread bancário”, reforçou. O ministro listou uma série de medidas que o governo acredita que vão aumentar a concorrência no sistema financeiro e reduzir o custo ao tomador de crédito final.
“Antes, os bancos ganhavam no mole, só aplicando em títulos do Tesouro (Nacional)”, comentou Mantega. “Agora, com a revolução do crédito, eles têm que aumentar seus volumes e para isso precisam buscar mais competitividade”, completou. O que implica em oferecer taxas menores para anterior a clientela.
O ministro voltou a estimular os correntistas a exigirem mais transparência e mais informações sobre as tarifas bancárias. “Eu mesmo confesso que não controlo adequadamente o que eu pago de custo financeiro que vem ali, naquele extrato complicado”, brincou Mantega.
fonte: Azelma Rodrigues – Valor Online