CABESP: LEIA RESPOSTA DO CONSELHEIRO PAULO SALVADOR
Divulgamos carta do conselheiro Paulo Salvador, eleito pelos funcionários, no qual contesta comunicado divulgado na rede pelo Derhu, no último dia 15, a respeito do parecer do Conselho Fiscal da Cabesp sobre o Balanço do Exercício de 1988.
“Tendo sido alvo de agressões gratuitas e pessoais em comunicado enviado pelo chefe de departamento do Derhu pelo correio eletrônico na quinta-feira, 15 de abril, esclareço:
1) É lamentável que se utilize a estrutura do Banco para tentar me pressionar e coagir por reprovar as contas da diretoria da Cabesp e não ter assinado o parecer do Conselho Fiscal, tendo feito uma declaração de voto apartada, divulgando-a aos banespianos que me elegeram para esse órgão.
2) Cumpro, assim, meu papel e surpreende-me que os autores do comunicado, em vez de prestarem contas do que fazem, tentem coagir-me.
3) Que fique claro, não sou representante do Banco! Essa ingerência é ilegal! Segundo o jurista Modesto Carvalhosa, a função dos eleitos no Conselho Fiscal é impedir que os associados (ou os acionistas minoritários) sejam sufocados pelos controladores, tendo amplos poderes de fiscalização.
4) Os indicados são a voz da diretoria do Banco. Estão lá para referendar tudo o que a diretoria da Cabesp faz. Do contrário, perdem o mandato. A conselheira eleita é vinculada aos diretores André von Zuben e Argemiro Pazianoto, com quem se reúne cotidianamente. Sem qualquer cerimônia, indicados e a eleita se reúnem previamente com os diretores, quase sempre para cercear minha atuação fiscalizadora.
5) Chegam ao absurdo de impedir o acesso deste conselheiro a relatórios, números e outros pedidos de informações, mesmo quando os indícios de gastos desnecessários são evidentes, como terceirizações, consultorias e plano de informática. Por isso registro separadamente todos os meus votos e publico-os.
6) Na verdade, tentam inibir nossa campanha para proteger a Cabesp da privatização em que temos divulgado a omissão da diretoria da Cabesp nessa luta e seus votos aliados aos privatistas.
7) Localizei no estudo atuarial uma proposta de reajuste de contribuição para filhos (0,5%), cônjuge (1%) e pais (2,5%). É obrigação estatutária que o Conselho dê seu parecer sobre os estudos atuariais. Defendi que o parecer deixasse claro que somos contra essa mudança agora. Disseram-me que não enfrentássemos a diretoria da Cabesp e que o parecer fosse apenas “pedir novos estudos”.
8) É inacreditável que silenciem com a manobra contábil feita no Plano PAP que relatei em meu voto. No dia 23 de dezembro, houve um lançamento de R$ 1,4 milhão a título de “diferencial do fundo” retroativo a janeiro/98. Trata-se de um registro condenável porque migra recursos da assistência direta para o plano auto-sustentável (sem autorização da assembléia) e modifica balanços já publicados. Por mais que neguem, os números que estão nos demonstrativos enviados às agências não têm mais veracidade. Esse é um dos motivos que me levou a reprovar as contas.
9) Questionei uma informação contraditória publicada no jornal oficial da Cabesp sobre a economia de R$ 1milhão com compra direta de materiais, como haviam chegado àquele número. O diretor Argemiro disse que precisava perguntar para o pessoal do jornal o que era aquilo. E os colegas do Conselho concluíram que não era importante.
10) Estão tentando me intimidar por querer suspender a co-participação, por criticar a omissão da Cabesp e seus diretores no processo de privatização, por denunciar a tentativa de reajuste de 43,8% no Plano PAP, por querer dar alçada para as agências celebrarem convênios, por querer instituir a Cabesp II para ex-funcionários aumentando a renda e a segurança futura da Caixa, por ser solidário com os funcionários da Caixa, por ganhar na justiça o direito de os associados decidirem em assembléia e por querer que a Cabesp priorize a saúde e prevenção, como, por exemplo, com vacina antigripal e exames gratuitos de colesterol.
Chamo, sim, os associados a reprovarem as contas da diretoria da Cabesp. Reprovar significa que não aceitamos a traição e a entrega da Cabesp de mãos beijadas. Vamos fazer uma auditoria independente. Vamos abrir caminhos para que os associados tenham efetivo controle sobre a sua Caixa.
Aprovar significa que não nos importamos com a Cabesp. Depois de aprovado eles é que vão dizer que os banespianos concordam com tudo que fizeram, que têm o apoio dos banespianos para entregar a Cabesp para os privatistas. Não erre, passe procuração apenas para quem defende os interesses dos associados.”
Assembléia Cabesp: Lembramos que no próximo sábado, 24, será realizada a Assembléia Geral Ordinária dos associados da Cabesp. Às 12h30, no Esporte Clube Banespa da Av. Santo Amaro, 5355, em São Paulo.
Banesprev. O fundo de pensão dos banespianos também faz assembléia no sábado, para analisar e deliberar sobre a proposta orçamentária e o plano de custeio para 1999 entre outros assuntos. A partir das 9h, no Restaurante-Centro, Ladeira Porto Geral, 14, também em São Paulo.
fonte: AFUBESP