Brasil tem segunda maior tarifa em conta corrente da América Latina
O Brasil é o segundo país da América Latina na lista dos que apresentam as tarifas mais caras para se manter uma conta-corrente. Enquanto que, na média, o gasto mensal com o serviço é de US$ 3,50 na Bolívia, por exemplo, por aqui é de US$ 15 -uma diferença de mais de quatro vezes. Em reais, com o dólar valendo aproximadamente R$ 1,90, seriam R$ 6,65 e R$ 28,5, respectivamente.
De acordo com pesquisa realizada pela Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), mexicanos são os que mais desembolsam pelo serviço: US$ 18 mensais, ou R$ 34,20. As informações foram conseguidas com base nos dados disponíveis pelos bancos centrais dos sete países da América Latina analisados.
Reclamações
“Levantando informações sobre o assunto, percebi que reclamações de consumidores sobre o tema é uma tendência que não ocorre apenas no Brasil”, explicou o professor Marcos Crivelaro, autor do estudo.
No ranking, depois do Brasil vem a Argentina. Na seqüência estão Chile, Peru e Venezuela.
Manutenção mensal de conta-corrente
País
Valor
México
US$ 18
Brasil
US$ 15
Argentina
US$ 12,3
Chile
US$ 8,2
Peru
US$ 7,4
Venezuela
US$ 4,4
Bolívia
US$ 3,5
Fonte: Fiap
Quando o assunto é emissão de talão de cheques e extrato semanal, o Brasil cai na lista. Veja:
Talão de cheques x extrato semanal
País
Talão de cheques(20 folhas)
País
Extrato mensal
México
US$ 10,80
México
US$ 1,72
Peru
US$ 6,45
Venezuela
US$ 0,80
Argentina
US$ 5,54
Brasil
US$ 0,74
Brasil
US$ 3,38
Peru
US$ 0,56
Chile
US$ 3,08
Argentina
US$ 0,38
Venezuela
US$ 2,40
Bolívia
US$ 0,30
Bolívia
US$ 1,3
Chile
US$ 0,14
Fonte: Fiap
Discussões
No Brasil, as tarifas bancárias já foram tema de diversas discussões no Congresso, contando com a participação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Inclusive, nesse encontro, ficou definido que seria criado um grupo para debater o assunto.
As manifestações ganharam força após pesquisa realizada pela Austing Rating mostrar que a receita com tarifas bancárias cresceu quase oito vezes desde o Plano Real e dobrou no governo Lula, atingindo R$ 52,8 bilhões em dezembro do ano passado.
Proibições e funcionamento
Além disso, na semana passada, o Ministério Público Federal recomendou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) a proibição de diversas cobranças, dando um prazo de 30 dias para a resposta.
O texto pede a extinção da taxa de abertura de crédito (TAC); oneração por excesso de limite no cheque especial; por saques ou depósitos; por cheque de baixo ou alto valor; e sobre quitação antecipada de empréstimo.
Aqui no Brasil, foi estipulado que os bancos forneçam, gratuitamente, alguns serviços:
– Ao menos um meio de pagamento à vista, podendo ser cartão de débito ou cheque;
–Fornecimento dos documentos que liberem garantias de qualquer espécie;
– Manutenção de contas à ordem do poder judiciário e de contas decorrentes de ações de depósitos em consignação de pagamento;
– Devolução de cheques pelo Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis. No entanto, a cobrança é permitida, quando a folha volta por falta de fundos na conta;
– Manutenção de conta-poupança – exceto das inativas. São consideradas inativas aquelas com saldo igual ou inferior a R$ 20 e que não apresentem movimentação pelo período de seis meses;
– Fornecimento de um extrato mensal.
fonte: Infomoney