BERZOINI REQUER INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS DESTINADOS À COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA ATÉ 22 DE MAIO DE 75
O deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) solicitou ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, informações sobre o estudo atuarial que definiu o valor correspondente aos títulos da dívida pública destinados ao pagamento da complementação de aposentadoria dos banespianos que ingressaram no banco até 22 de maio de 75.
Berzoini quer saber os critérios adotados na elaboração do estudo e se este prevê o pagamento de ações judiciais, em andamento e futuras, aposentadorias por invalidez e promoções da ativa. Solicita também esclarecimentos sobre a atualização do estudo atuarial, do qual pede cópia, e requer detalhamento sobre a movimentação dos títulos, aplicação das sobras, entre outros questionamentos.
O assunto é do interesse de milhares de banespianos que, depois de dedicar tantos anos ao banco, não conseguem ter a certeza de que vão poder desfrutar sua aposentadoria com a tranqüilidade a que fazem jus. Com a palavra, o ministro.
E por falar em Malan…
O ministro da Fazenda levou um sermão ontem, ao dar palestra sobre a erradicação da pobreza na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O ministro teria dito que o combate à pobreza é trabalho para gerações e sugeriu ao final que, se o Brasil tem centenas de milhões de deserdados e de excluídos que desejam outra política econômica, isso poderá ser expresso nas eleições de 2002.
O presidente da CNBB, dom Jayme Chemello, deu um livro de presente ao Malan e recomendou a ele que se lembrasse do “Pai Nosso” quando fosse tomar uma decisão, já que seu parecer muitas vezes era “decisivo para o pão nosso de cada dia da população brasileira”.
Mais “sabão”. Segundo divulgou hoje o jornal Folha de S. Paulo, Malan, surpreso com o registro dos desentendimentos ocorridos ontem teria justificado ao bispo que eventuais diferenças de ponto de vista fariam parte da prática democrática.
Ao que, de acordo com o jornal, dom Jayme teria respondido: “ Existiram sim, diferenças de ponto de vista nos debates que se seguiram à exposição de V. Excelência. Evidentemente, os bispos e os vários setores pastorais da nossa Conferência se colocam sempre numa perspectiva ética e pastoral e levam muito a sério a vida real do povo.”
Para bom entendedor, o ministro dançou de novo.
fonte: AFUBESP