BANQUEIROS MEXICANOS TAMBÉM NUNCA PERDEM
Se um determinado banco estatal, como o Banespa, se torna altamente lucrativo, a recomendação do governo é privatizá-lo, de preferência a um preço bem baixinho e com financiamento público. Entretanto, se alguma instituição financeira privada estiver em dificuldades financeiras, normalmente provocadas por má gestão e outros motivos inconfessáveis, o governo cobre o rombo e joga a conta para o conjunto dos contribuintes.
Essa história, os brasileiros conhecem muito bem, pois seria impossível esquecer casos como o Nacional, Econômico, Excel, Marka, Fonte Cindam etc. Mas não é só aqui que os banqueiros praticam o capitalismo sem risco. No México, país que também é comandado por uma elite neoliberal e globalizante, o problema é o mesmo.
Veja um exemplo desse modelo que transfere renda da população para banqueiros. Em 1982, o governo mexicano estatizou o Bancrecer, o quinto do país em número de agências. Dez anos depois (1992) voltou a privatizá-lo. De lá para cá, mesmo contando com apoio oficial e recursos públicos, os novos donos construíram um rombo de US$ 1 bilhão.
Como os principais acionistas dizem que não possuem o dinheiro para injetar no banco, o governo já anunciou que o Bancrecer voltará ao controle do Estado. O objetivo é saneá-lo e privatizá-lo daqui a alguns meses, transferindo novamente o prejuízo para o povo daquele país.
Esse é apenas o capítulo mais recente de um programa de salvação dos banqueiros mexicanos (semelhante ao PROER brasileiro) que já custou mais de US$ 90 bilhões aos contribuintes mexicanos. Tanto aqui como lá, os donos de bancos nunca perdem só ganham.
fonte: AFUBESP