Banqueiros mantêm a intransigência e o impasse
A Fenaban continua intransigente e na tarde de sexta-feira (1) – diante do presidente do Tribunal Superior do Trabalho – afirmou que não vai mudar a proposta e que os banqueiros, que lucraram R$ 11,6 bilhões somente no primeiro semestre do ano, não têm condições de oferecer um reajuste maior. Com a resposta da Fenaban, bancários e banqueiros continuam num impasse e sem data agendada para negociar. O presidente do TST, ministro Vantuil Abdala, lamentou não ter conseguido reabrir as negociações desta vez. Mas promete continuar tentando, informalmente, que patrões e empregados voltem a conversar.
O ministro disse ter esperança de uma solução negociada e reafirmou que o TST não pretende ajuizar um dissídio. “O dissídio coletivo pode não agradar a uma parte ou a outra ou a ambas, por isso a solução negociada é sempre a melhor”, insistiu. Ao presidente do TST, a Fenaban justificou que esta foi a melhor proposta apresentada nos últimos anos. Vantuil Abdala disse à imprensa que tem anos de experiência em conflitos trabalhistas e sabe que a solução não é fácil. “Lamento não ter uma notícia boa para dar, porque essa era a expectativa, mas isso não significa que estejamos decepcionados e desanimados”, afirmou o ministro, depois da reunião.
O presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT), Vagner Freitas, ficou indignado com a postura dos banqueiros diante do presidente do TST. “Como eles têm a coragem – e a cara-de-pau – de alegar que não têm condições de aumentar esta proposta. Falar da lucratividade do setor é chover no molhado, pois todo mundo sabe que os banqueiros ganham dez vezes mais que as empresas mais lucrativas do setor produtivo. Todo mundo sabe que eles esfolam os clientes com altas taxas de juros, tarifas exorbitantes, filas e mais filas, e não devolvem nada para a sociedade”, disse.
Vagner ressaltou que, só nestes 17 dias de greve, dois bancos – Bradesco e Caixa Econômica Federal – já reajustaram as tarifas. “E outros bancos vão fazer a mesma coisa, pois só pensam no bolso deles. Os banqueiros são um verdadeiro câncer na sociedade brasileira, pois sugam dos mais pobres e concentram renda. Muito da pobreza deste país se deve a eles, que ainda por cima riem do povo com aquelas propagandas de Responsabilidade Social, que só existe mesmo na cabeça dos marqueteiros pagos à peso de ouro”, afirmou.
O presidente da CNB destacou que os bancários agora precisam ampliar a mobilização e permanecer firmes na luta, pois só assim – mexendo no bolso dos banqueiros – é que a proposta vai ser melhorada. Vagner disse que apesar da violência da polícia e da forte repressão que os grevistas estão sofrendo em todo país, é preciso aumentar o engajamento, pois os patrões já mostraram que a luta será difícil. “Mas vamos vencer”, finalizou.
fonte: CNB/CUT