Banesprev reforça compromisso com investimento responsável
No dia 26 de março, o Banesprev tornou-se signatário do PRI – Princípios para o Investimento Responsável, iniciativa da Secretaria Geral das Nações Unidas, que foi implementada pela Unep FI (Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio-ambiente e pelo Pacto Global) – Global Compact. A cerimônia foi realizada na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
Mais de 150 pessoas subscreveram o documento, que agora conta com a participação de 14 fundos de pensão brasileiros. São eles: Banesprev, Petros, Funcef, Valia, Centrus, Ceres, Desban, Infraprev, Economus, Fundação 14, BRT Prev, Celpos,Coelba, Fasern, além da Previ, que foi a primeira a assinar a PRI, tendo participado, inclusive, da elaboração do projeto a convite da onU. Ao assinar o documento, o Banesprev passa a fazer parte do programa que busca integrar temas ambientais, sociais e de governança na tomada de decisões em investimentos.
Durante o evento, o presidente da Previ, Sérgio Rosa, agradeceu o convite da onU e disse que ficou feliz por poder estender a oportunidade para outros fundos de pensão. Ele também lembrou que a questão da responsabilidade social nos investimentos já há algum tempo é uma preocupação da Abrapp (Associação Brasileira de Previdência Privada).
O diretor da Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e coordenador do PRI, Paul Clements-Hunt, afirmou que assinar o documento é um ato voluntário, mas muito sério. O dirigente ressaltou que a expectativa inicial era contar com investidores detentores de um patrimônio de 3 trilhões de dólares, mas que já se chegou a 8 trilhões. Os 15 fundos de pensão brasileiros signatários do PRI possuem um patrimônio de mais de R$ 150 bilhões.
Saudando a entrada das fundações brasileiras, o diretor das onU afirmou que se a organização fizesse uma ação voltada apenas para o hemisfério norte, o PRI não teria tanto sucesso e não nasceria tão forte. O dirigente lembrou que o Brasil está se tornando referência nas questões de meio ambiente, não só pelo seu patrimônio natural, mas também por iniciativas como a Rio 92.
De acordo com Paul Clements, a necessidade da criação do PRI nasceu de forma espontânea e ganhou mais importância ainda com adesão das entidades de previdência fechada: “Houve um movimento convergente de interesses”, comenta o dirigente. “Quando falamos em meio ambiente, social e governança sabemos que são medidas a longo prazo”, explica Clements, que completa: “Os fundos de pensão também trabalham com este parâmetro e têm consciência da responsabilidade social”. Dentre as 160 instituições de 25 países que já assinaram o PRI, 65 são fundos de pensão.
Além deste programa da onU, o Banesprev participa, junto com vários outros fundos de pensão brasileiros, do Carbon Disclosure Project – CDP, que teve seu primeiro relatório brasileiro produzido graças ao apoio recebido das entidades. O CDP, divulgado em 2006 em uma dezena de capitais da Europa e Ásia, além de Nova Iorque, contando com a participação do ex-vice-presidente americano Al Gore, é um programa global que busca levar as empresas a reduzir a emissão de gases que desestabilizam o clima do planeta.
Para o diretor financeiro do Banesprev, Walter Oliveira, os investimentos da entidade têm tudo a ver com o crescimento responsável. “Precisamos deixar de lado a velha máxima neoliberal, que o importante é apenas o lucro”, comenta o dirigente, que lembra: “O Banesprev já há muitos anos se preocupa com este assunto, não investindo em ativos relacionados com bebidas alcoólicas, tabagismo e amianto”.