BANESPIANOS COMEÇAM A ROMPER O CERCO DA INFORMAÇÃO
Os cinco anos de resistência contra a privatização começam a render outros louros aos banespianos, além de empurrar o calendário de venda do Banespa pela 55ª vez. Os funcionários e suas entidades de representação começam a ter vez e voz na chamada grande imprensa, um setor que nunca foi muito aberto às opiniões contrárias à entrega do patrimônio público.
Recentemente, os funcionários têm visto suas idéias e propostas para o banco estampadas nos jornais de grande circulação. Uns mais tímidos outros nem tanto, o que importa é que tira o monopólio do Banco Central e dos governos Covas/FHC de dar informações sobre o Banespa e o processo de privatização.
A edição desta semana da revista Isto É Dinheiro dedicou duas páginas a uma reportagem sobre a luta dos banespianos para impedir a privatização do Banespa. Sob o título “O exército do contra”, o artigo, que aborda fundamentalmente a estratégia jurídica das entidades de representação do funcionalismo no combate à venda do banco, faz o que pode ser considerado um elogio à força dos banespianos: “Trata-se de um batalhão mais aguerrido, mais organizado e com mais munição que qualquer outro que já lutou contra as privatizações no país”, registra.
Segundo o presidente da Afubesp, Eduardo Rondino, as alterações no comportamento da imprensa podem ser explicadas pelos ecos de insatisfação da população com o processo de privatizações do governo, que só trouxe mais desemprego, aumento de tarifas e serviços piores. Ele chama a atenção para a divulgação da pesquisa do Datafolha, publicada no dia 13 de fevereiro pelo jornal Folha de S. Paulo, pela qual 48% dos paulistanos manifestaram-se contrários à privatização do Banespa e apenas 28% foram favoráveis à sua venda. “Antes da pesquisa, a Folha de S. Paulo dificilmente abria espaço para o outro lado (no caso, o funcionalismo e suas entidades de representação) nas notícias sobre o Banespa. Sempre prevalecia a posição do governo e do Banco Central. Hoje essa história começa a mudar.”
Para Oliver Simioni, diretor representante dos funcionários, a manifestação favorável da opinião pública nas pesquisas deve-se ao papel social que o Banespa sempre desempenhou nas comunidades e à persistência dos banespianos no combate às informações mentirosas do governo sobre os supostos benefícios da privatização do banco.
“O que conta é a atuação do banco e dos funcionários na defesa dos interesses da sociedade. Serviços que outros bancos privados não se mostram dispostos a oferecer e a população sabe disso. Por essa razão, os paulistas são contra a venda do banco.”
Interior é outra história. Rondino e Oliver destacam o papel diferenciado dos meios de comunicação do interior de São Paulo sobre a privatização do Banespa. Eles esclarecem que nos pequenos e médios municípios a imprensa sempre foi mais aberta às opiniões contrárias à privatização e creditam essa postura principalmente à atuação destacada do Banespa no financiamento rural e apoio aos municípios. -Leia a reportagem da revista
“ISTO É DINHEIRO”
fonte: AFUBESP