Bancos extinguem postos de trabalho
Os excelentes resultados do setor financeiro não se revertem em benefícios para a sociedade, como a criação de empregos. Os bancos, na verdade, mantêm o nível de vagas no setor, mas extinguem postos de trabalho.
“A categoria permanece com cerca de 400 a 420 mil postos de trabalho nos últimos três anos – apesar do crescente aumento na concessão de crédito, serviço eminentemente bancário que exigiria a contratação de muito mais trabalhadores”, diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
No entanto, há redução de vagas e até extinção de cargos, conforme aponta levantamento feito pelo Ministério do Trabalho e Emprego, a pedido do jornal Folha de S.Paulo. “É a globalização. Para reduzir custos e aumentar a produtividade, as empresas estão integrando as equipes”, disse à reportagem o secretário de Políticas Públicas de Emprego, Sérgio Vidigal.
Os dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) – censo anual divulgado pelo governo – entre 2003 e 2006 demonstram que das 15 ocupações em queda na geração de empregos, cinco estão diretamente ligados ao setor bancário.
O consultor Mário Fagundes, consultor do Grupo Catho, afirma que existe uma cultura de investir nos chamados funcionários “multifuncionais”, o que vem decretando a extinção de cargos de gerência e supervisão.
“É o que sempre dizemos: os bancos demitem trabalhadores mais antigos para contratar novos, com salários mais baixos. Não há problemas em contratar jovens, mas os empregados com mais tempo de casa têm uma grande contribuição a dar e isso poderia elevar a qualidade do atendimento, razão de tantas reclamações junto ao Banco Central”, salienta Marcolino.
fonte: Seeb SP