Bancos descumprem lei e contratam menos pessoas com deficiência
Há quase duas décadas (desde 1991), uma lei obriga as empresas com mais de mil funcionários a manter em seus quadros 5% de pessoas com deficiência. Apesar da determinação e do longo período já passado para adequação, a legislação continua a ser descumprida pelos bancos. A constatação é do estudo realizado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).
A pesquisa foi respondida pelas próprias instituições financeiras que, no geral, alegam baixa capacitação destes profissionais para tentar justificar o não-cumprimento da lei. “Os bancos são ricos e podem muito bem investir na formação das pessoas com deficiência. Já houve tempo mais do que suficiente para que elaborassem políticas específicas e cumprissem a determinação legal”, aponta a presidenta do Sindicato dos Bancarios do ABC, Maria Rita Serrano.
Dos 400.662 trabalhadores que atuam em oito grandes bancos – ABN, BB, Bradesco, HSBC, CEF, Itaú, Santander e Unibanco –, 20.033 deveriam ser portadores de deficiências. O que ocorre, porém, é que apenas 6.239 estão nessa situação. De acordo com o levantamento do Idec, o pior quadro foi detectado no Unibanco, que tem apenas 118 trabalhadores com deficiência, quando o mínimo legal seria de 1.623.
Recentemente, o secretário de Direitos Humanos do governo federal, Paulo Vanucchi, destacou a necessidade de inclusão dos deficientes, apresentando inclusive sugestões para contratações de cegos na rede bancária. E lembrou que, mesmo contratando, muitas empresas não investem numa política de igualdade, pois há casos de chefias que discriminam essas pessoas. “A questão é complexa e precisa ser abordada por muitas frentes, a partir do princípio básico de acesso ao emprego para este trabalhador”, acrescenta Rita.
fonte: Seeb ABC