Bancários tratam de demissões em audiência com ministro do trabalho
Uma comissão formada por representantes da CNB/CUT, Fetec/CUT-SP e Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região esteve ontem, dia 12, em Brasília, com o ministro do Trabalho e Emprego, Jaques Wagner, para tratar das demissões praticadas pelo sistema financeiro no último período.
Wagner mostrou-se sensibilizado com a questão e colocou-se à disposição para fazer gestões junto aos bancos e aos ministros da área econômica, que estão mais diretamente envolvidos com o sistema financeiro.
De acordo com o ministro, a preocupação número um do governo federal, em 2004, é justamente com o emprego. “Assim como externado pelo presidente Lula logo nos primeiros dias do ano, trabalharemos para criar novos postos de trabalho”, disse Wagner. “Deste modo, não poderemos perder de vista a situação praticada pelos bancos.”
Durante a audiência, a comissão relatou os problemas decorrentes da Resolução 2707 do Banco Central que instituiu o correspondente bancário, atualizada em 31/7/2003 pela Resolução 3110.
Segundo os representantes sindicais, a Resolução do BC, além de não cumprir o seu papel, está justificando as demissões no setor bancário.
O diretor de Bancos Privados da Fetec/CUT-SP, Pedro Sardi, que participou da audiência, relata que “o instrumento foi editado com o intuito de levar o atendimento bancário para as regiões desprovidas de instituições financeiras”. Ele denuncia que o contrário vem ocorrendo, “está facilitando a criação do correspondente bancário nas grandes cidades, onde já há concentração de bancos”.
O dirigente também explica que uma das conseqüências disso é a transferência de emprego do setor bancário para outros setores da economia, com precarização das condições de trabalho. “Um exemplo disso é o Banco Postal dos Correios, onde seus funcionários estão realizando tarefas tipicamente bancárias sem fazer jus aos direitos estabelecidos para a categoria.”
fonte: Fetec/CUT-SP