Bancários seguem em greve; paralisação atinge várias capitais
Bancários de quase todo o país estão em greve nesta terça-feira. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), trabalhadores de 23 Estados e do Distrito Federal cruzam os braços por 24 horas reivindicando reajuste salarial e outros benefícios para a categoria.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo e Osasco e Região indica que mais de 31 mil trabalhadores estariam parados nesta terça-feira, em 176 diferentes agências e centros administrativos.
De acordo com a Contraf, no Rio de Janeiro, 80% do centro financeiro está paralisado. Em Brasília, há grande adesão nas agências e prédios administrativos. Belo Horizonte é marcada pela forte paralisação na Caixa Federal, no Banco do Brasil e em bancos privados. Em Porto Alegre, dezenas de agências e prédios estão parados. Curitiba, registra paralisação no centro financeiro. Cerca de 30 agências de João Pessoa estão fechadas. Funcionários de outras 22 agências de Maceió também aderiram ao movimento. E no ABC paulista, os sindicalistas indicam que há 130 agências paralisadas.
“Essa é uma greve de advertência, para que o setor que mais lucra no país pare com a intransigência. É difícil de acreditar, mas em dois meses de negociação não apresentaram nenhuma contraproposta a nossas reivindicações. Negam, inclusive, reajuste salarial porque dizem que a inflação está baixa. Como se os lucros não estivessem batendo recordes atrás de recordes”, afirma Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT.
A paralisação foi aprovada em assembléias de trabalhadores no DF e nos Estados do AC, AL, AP, BA, CE, ES, MA, MG, MS, MT, PA, PB, PE, PI, PR, RJ, RN, RO, RR, RS, SC, SP e SE. Somente os Estados do Amazonas, Goiás e Tocantins estão fora do movimento, segundo sindicalistas.
“A participação dos bancários nas assembléias e a aprovação da greve de 24 horas pela imensa maioria dos participantes mostram a disposição da categoria para lutar por melhores salários, maior PLR (Participação nos Lucros ou Resultados), mais saúde e melhores condições de trabalho”, declarou Vagner Freitas.
Ele observou que a paralisação de hoje é de advertência. “Se as negociações não evoluírem, o próximo passo será a greve por tempo indeterminado”, afirmou.
Em nota, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região disse que está prevista para amanhã uma nova rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
“Nas rodadas anteriores, os banqueiros tinham se comprometido a trazer proposta e não o fizeram. Por isso, permaneceremos mobilizados e a greve de 24 horas será realizada em todo o país”, afirmou o presidente do sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.
Entre as reivindicações da categoria, estão o aumento real de salários de 7,05%, a reposição da inflação e participação maior nos lucros e resultados.
(Com informações do Valor online, Contraf e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região)
fonte: Uol