Bancários repudiam a privatização de bancos estaduais
A 7ª Conferência Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro, realizada no último final de semana, em São Paulo, aprovou resolução que pede a imediata suspensão do leilão do BEC (Banco do Estado do Ceará). O documento pede que a instituição, juntamente com o BEP (Banco do Estado do Piauí), seja incorporada ao BNB (Banco do Nordeste Brasileiro). Solicita também o fim do processo em curso na Nossa Caixa e a retirada do BESC do Plano Nacional de Desestatização – e sua devolução ao controle do Estado de Santa Catarina –, além da manutenção do Banestes como banco público.
Essas instituições, que têm o papel de incentivar o desenvolvimento regional, estão em processo de privatização, ou correm risco de sê-lo. O leilão do BEC está marcado para 15 de setembro. O Banco do Estado de Santa Catarina (BESC) e o do Banco do Estado do Piauí (BEP) estão sob intervenção federal. Já o Banco Nossa Caixa caminha por um processo que pode levá-lo a privatização, com a alienação de subsidiárias.
O integrante da Associação dos Funcionários do BNB, e diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará, Tomás de Aquino, explica que a resolução é uma reivindicação feita em vários fóruns e referendada pela Conferência Regional do Nordeste. “A deliberação relacionada ao BEC e BEP aprovada nacionalmente é um reforço muito importante no combate às privatizações, principalmente a do BEC em curso desde 1995”, diz.
Tomás reforça que os sindicatos vêm resistindo com muita garra nesses 10 anos. “A resolução com encaminhamentos concretos é um avanço, estendido aos outros bancos: BESC, BEP, Banestes e Nossa Caixa que estão em outros estágios do processo.” A deliberação da 7ª Conferência Nacional também fortalece a luta sindical, no entender do dirigente.
Mobilizações
Os bancários deverão participar da manifestação coordenada pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) para denunciar o processo de privatização e apresentação de denúncias de corrupção relacionadas aos interventores do BEC. O Ato Nacional será em Brasília, no próximo 16 de agosto.
“A mobilização popular neste momento é essencial para demonstrar a necessidade de um processo de interlocução com o governo federal, a fim de suspender o leilão do BEC, bem como resgatar o papel público dessas instituições”, assinala Tomás de Aquino.
Até o dia 15 de agosto deve ser agendada audiência com os ministérios do Trabalho e (ou) da Fazenda para debater estes encaminhamentos.
Denúncia das privatizações e suas conseqüências, somadas à mobilização social, deverão ser priorizadas pelos sindicatos em todos os municípios.
fonte: CNB/CUT