Bancários reivindicam mudanças na política econômica
Os bancários reivindicaram junto com a CUT na última sexta-feira (16), mudanças na Política Econômica, no Dia Nacional de Manifestação e Luta. A categoria quer aumento real de salário (25% – composto por 6,22% da reposição da inflação e 17,68% de aumento real), ampliação do emprego com diminuição da jornada e redução da Selic, assim como dos juros e tarifas bancárias. A Confederação Nacional dos Bancários que representa uma categoria de 350 mil, esteve engajada com bancários nas manifestações com as CUTs estaduais.
O principal eixo de luta foi a retomada do crescimento, com geração de emprego e distribuição de renda, para se enfrentar uma conjuntura que apresenta manutenção das elevadas taxas de desemprego (apesar da criação de mais de 500 mil postos de trabalhos no mercado formal em 2004), diminuição do poder aquisitivo dos salários, um superávit primário recorde de 6,35% e uma previsão de crescimento do PIB de apenas 3% aproximadamente.
Em São Paulo, os bancários, metalúrgicos, químicos e outros trabalhadores protestaram. A categoria esteve mobilizada em frente à Superintendência do Banco do Brasil e Matriz do ABN Amro. Os bancários se manifestaram em frente à Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) junto com os metalúrgicos que entregaram um documento ao presidente da entidade , Horácio Lafer Piva. Logo após, uma marcha saiu da Fiesp e foi até o Banco Central. “Denunciamos a ganância e exigimos da Fenaban que repasse parte da lucratividade recorde para os salários e a fim de compor uma PLR mais justa (de um salário mais o valor fixo de R$ 1.200)”, afirmou o secretário-geral da CNB, Carlos Cordeiro.
Em Belo Horizonte, a categoria participou de passeata que percorreu as principais ruas da cidade, passando em frente ao BC, ao Palácio do Governo e Praça Sete.
Já no Rio de Janeiro, uma caravana de bancários saiu da Rua Uruguaiana, passou pela Petrobrás onde se integrou com petroleiros, metalúrgicos e trabalhadores dos Correios rumo à Cinelândia. Lá, os servidores públicos estavam concentrados. “Na Cinelândia havia uma bandeira gigantesca do Brasil, a maior que já vi. Foi um grande movimento que exigiu mudanças na forma de condução da política econômica, e mais justiça social para os trabalhadores deste país”, disse a diretora do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Bete Coelho.
Toda a Região Centro Norte esteve mobilizada. Em Brasília, a manifestação, que contou com diversas categorias de trabalhadores, ocorreu em frente ao Ministério da Fazenda. Os bancários realizaram uma caminhada pela região Central da cidade. Durante a atividade distribuíram o material da Campanha Salarial. Também foram realizadas atividades no Acre, Pará, Amapá, Rondônia, Mato Grosso, Roraima.
Em Curitiba, apesar da chuva fina, cerca de 400 representantes de trabalhadores de várias categorias participaram da manifestação organizada pela CUT do Paraná (CUT) e Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS). A manifestação começou às 9 horas, com concentração na praça Santos Andrade, no centro da cidade. De acordo com a presidente do Seeb Curitiba, Marisa Stedile, “é uma obrigação desse governo fazer uma política econômica que vise o desenvolvimento social. Para isso, é preciso uma política salarial que recomponha o poder de compra em geral e também do salário mínimo, e a redução das taxas de juros, de modo a incentivar a produção.”
fonte: CNB/CUT