Bancários querem aumento real de salário
Pesquisa encomendada pela Fetec/CUT-SP ao Instituto Acerte sobre a campanha salarial 2004 mostra que a grande expectativa dos bancários para este ano é com relação ao aumento real de salário. Para 38% dos entrevistados, os salários devem sofrer reajustes acima da inflação registrada no período.
Com base neste dado, a 6ª Conferência Estadual dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, realizada no último sábado, em São Paulo, apontou o aumento real de salário como eixo de campanha, sobretudo, diante dos sucessivos recordes nos lucros do sistema. Para se ter idéia, apenas nos três primeiros meses desse ano, Bradesco, Itaú e Unibanco lucraram juntos R$ 1,76 bilhão, o que representa um aumento de 22,3% em relação ao registrado no primeiro trimestre do ano passado, quando o resultado foi de R$ 1,44 bilhão. “Os bancos têm plenas condições de atender a reivindicação e de conceder reajuste justo para os verdadeiros responsáveis pelo crescimento do setor”, avalia o presidente da Fetec, Sebastião Geraldo Cardozo.
Ao lembrar as perdas registradas nos últimos anos, o dirigente avisa: “Para 2004, está totalmente descartado o mecanismo adotado nos anos anteriores, de índice menor do que a inflação mais abono salarial”. Ele alerta que, apesar de trazer um certo alívio, “o abono concedido como forma de compensar um reajuste rebaixado acumula perdas sobre perdas, fazendo com que os bancários não restituam o seu poder de compra”.
Um exemplo dessas perdas é o piso de escriturário com mais de 90 dias. Enquanto em setembro de 1995 ele equivalia a 4,1 salários mínimos, hoje representa apenas a 2,6 (s.m.). De acordo com cálculos do Dieese, para que o piso voltasse a ter o mesmo poder de compra seria necessário reajuste de 41%.
fonte: Fetec/CUT-SP