Bancários pedem punição dos corruptos e correção de rumo no governo Lula
Os participantes da 7ª Conferência Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro aprovaram, por ampla maioria, uma resolução de conjuntura nacional, exigindo a apuração das denúncias de corrupção e a punição de todos os envolvidos. O documento solicita ainda correção de rumo no governo Lula.
A resolução enfatiza “a autonomia e independência do movimento sindical bancário” e destaca “a sua disposição de continuar a luta histórica dos trabalhadores pela construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária”.
Um dos articuladores da aprovação do texto na Conferência foi o presidente da Afubesp, Aparecido Sério da Silva.
Leia a íntegra da resolução dos bancários:
BANCÁRIOS EXIGEM APURAÇÃO DAS DENÚNCIAS, PUNIÇÃO DOS CORRUPTOS E CORREÇÃO DE RUMO
O Brasil vive um período difícil. As denúncias de corrupção atingem membros do governo Lula e vários partidos com representação no Congresso Nacional, sejam da oposição ou da base de apoio.
Os banqueiros e empresários, que se apoderam privadamente do Estado e sempre financiaram as campanhas eleitorais e seu sistema de caixa dois, são os principais responsáveis pela corrupção e estão sendo poupados pela grande imprensa.
O projeto das elites, capitaneado por PSDB e PFL – nós já conhecemos bem –, é sangrar o governo Lula até 2006 ou pôr fim ao seu mandato para voltarem ao Palácio do Planalto. Para o povo, isso seria uma tragédia, pois o retorno deles ou de outra fração das elites, que sempre governaram o país, somente aprofundaria o desmonte do Estado e o ajuste neoliberal.
Os delegados e delegadas reafirmam a autonomia e independência do movimento sindical bancário e a sua disposição de continuar a luta histórica dos trabalhadores pela construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária. Para tanto, exigem:
– apuração rigorosa dos fatos. Porém, tão importante quanto apurar é punir todos os envolvidos, corruptos e corruptores, inclusive com a cassação de mandatos;
– mudança na política econômica com o fim do superávit primário, a redução das taxas de juros e a implementação imediata de um modelo de desenvolvimento que privilegie o emprego e a renda da maioria da população;
– reforma política e eleitoral, com a implantação do financiamento público e a moralização das campanhas, acabando com o abuso do poder econômico.
São Paulo, 31 de julho de 2005.
7ª Conferência Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro
fonte: Airton Goes – Afubesp, com informações da CNB/CUT