Bancários exigem a distribuição do bolo
O Dia do Bancário, comemorado hoje em todo o país, foi marcado em Belém por uma manifestação na frente do Bradesco (agência Presidente Vargas), onde foi distribuído à população, bancários e clientes um bolo de 28 quilos, 2,4 metros de comprimento e 60cm de largura.
“Este bolo representa o lucro dos banqueiros. O Bradesco faturou mais de R$ 3 bilhões e somando o lucro dos maiores bancos neste primeiro semestre, chegamos a mais de 10 R$ bilhões. Queremos a distribuição desse bolo com os trabalhadores e com a sociedade”, destacou Alberto Cunha, vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá.
A manifestação ocoreu por volta das 10h30, quando o bolo foi distribuído a dezenas de pessoas, que também receberam informativo sobre a riqueza dos bancos e a situação precária de trabalho dos bancários e terceirizados.
“Hoje também é o Dia Nacional de Luta contra o Assédio Moral na categoria. Pelo menos 40% de bancários sofrem pressão no trabalho por causa de metas inatingíveis. Os bancários são uma das categorias que mais sofrem com LER/DORT e doenças psicossomáticas, causadas por distúrbios emocionais pela pressão no trabalho, assaltos a mão armada e seqüestros de familiares”, enfatizou Kátia Furtado, diretora do Seeb-PA/AP.
O diretor sindical Roberto Santiago destacou que além dos bancários, a população também recebe a sua parte com filas imensas, tarifas elevadas e juros nas alturas. “É preciso contratar mais bancários para que se possa prestar um serviço de melhor qualidade à população. Isso também geraria emprego e desenvolvimento para o país”, disse Roberto, ressaltando que esta seria uma das formas dos bancos dividirem uma pequena parcela de seus exorbitantes lucros.
União nacional do ramo financeiro – A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) trabalha pela união nacional não apenas dos bancários, que já se organizam nacionalmente, mas de todos os trabalhadores do ramo. Foi o que reafirmou Salete Gomes, diretora do Seeb-PA/AP e membro da diretoria da Contraf, falando diretamente aos trabalhadores de empresas terceirizadas pelos bancos. “Os banqueiros contratam terceirizadas, criam empresas paralelas e correspondentes bancários para burlar os direitos e conquistas dos trabalhadores. As atividades que estes companheiros e companheiras desempenham são atividades bancárias. Por isso devem ter os mesmos benefícios que a categoria conquistou com anos de luta”, frisou Salete.
Campanha – Os bancários estão em plena campanha salarial. Na segunda rodada de negociação entre a Contraf/CUT e a Fenaban, ocorrida no dia 21/08, os representantes dos banqueiros disseram não a todas as reivindicações da categoria. Amanhã está marcada uma nova reunião de negociação, às 15h, em São Paulo.
Entre as principais reivindicações dos trabalhadores estão ganho real de 7,05% mais a inflação do período, PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) com distribuição linear de 5% do lucro líquido mais R$ 1.500,00 como parte fixa e um salário-base, fim do assédio moral, fim das metas abusivas e maior segurança.
fonte: Jeniffer Galvão – Seeb PA/AP