Bancários denunciam pressões a Nelson Jobim
A Confederação Nacional dos Bancários entregou no início da noite desta quarta um documento ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Nelson Jobim, com a denúncia das pressões exercidas pelos bancos públicos e privados para que os bancários retornem ao trabalho, principalmente por meio do interdito proibitório – uma liminar que impede os sindicatos a se aproximarem dos locais de trabalho.
O presidente da CNB/CUT, Vagner Freitas, alertou ao ministro sobre a “prática equivocada dos bancos”, que se utilizam do interdito como instrumento de repressão à greve. Os sindicalistas reforçaram que a greve é um direito garantido pela Constituição de 1988. “Uma sociedade moderna deve aprender a conviver com o conflito de relação entre capital e trabalho sem a intervenção da Justiça”, comentou Vagner.
O ministro disse que este debate deve ser feito com vários setores da sociedade, como as associações de juízes e magistrados. Nelson Jobim destacou que o Supremo Tribunal Federal nunca julgou o mérito de um interdito proibitório, já que o STF é a última instância recursal.
Jobim antecipou ainda que existe um debate dentro do STF – que poderá ser concluído até o final do ano – para permitir que o Supremo julgue matérias constitucionais, sem que tenham de passar antes por outras instâncias.
O ministro ainda ficou surpreso quando foi informado pelos sindicalistas sobre o interdito preventivo, que os bancos têm conseguido antes mesmo da greve começar. “Nossa reunião com o presidente do STF foi extremamente positiva”, avaliou Vagner.
A reunião com o ministro Nelson Jobim estava agendada com a direção da CUT, mas por causa da greve e dos problemas com os bancos a CNB foi convidada pela Central para participar do encontro. Representaram a CUT na reunião os diretores Ari Aloraldo do Nascimento, Francisvaldo Mendes de Souza e Rosane Silva.
fonte: CNB/CUT