Bancários de São Paulo e de Porto Alegre rejeitam proposta da Fenaban
Em assembléias, realizadas na quarta-feira (21), bancários de São Paulo e Porto Alegre rejeitaram a proposta apresentada pela Fenaban no último dia 20 e decidiram entrar em estado de greve. Eles também aprovaram um calendário de mobilização da categoria, que prevê paralisação de 24 horas no próximo dia 28.
Na quarta rodada de negociação, a Fenaban ofereceu reajuste de apenas 4%, abono de R$ 1 mil e PLR de 80% do salário mais R$ 733. Esse índice fica abaixo da inflação dos últimos 12 meses e não possui aumento real, ao contrário da maioria das categorias que fecharam acordos no primeiro semestre. A proposta dos banqueiros também não avança no pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Apesar dos altos lucros, os bancos querem distribuir somente 80% do salário mais R$ 733 em duas parcelas, sendo a primeira de 40% do salário mais R$ 366,50. Para finalizar, a Fenaban disse querer retirar a 13ª cesta-alimentação paga no ano passado e negou quase todas as reivindicações que integram a minuta da categoria.
Em São Paulo, depois da assembléia, que foi realizada na Praça do Patriarca, os bancários seguiram em passeata pelas ruas do Centro da cidade.
“A postura dos banqueiros deixou os bancários revoltados. Não querem pagar aumento real e ainda se recusam a rever o formato da PLR, apesar do lucro estrondoso que apresentam”, critica o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino. Vale lembrar que no primeiro semestre de 2005, enquanto o lucro de dez dos principais bancos do país (Itaú, Bradesco, Unibanco, CEF, BB, HSBC, Safra, Banespa, Nossa Caixa e Bank Boston) cresceu 43,62% (em relação ao primeiro semestre do ano passado), a despesa dessas mesmas empresas com pessoal teve um aumento de apenas 6,72%.
Reivindicações – A minuta de reivindicações entregue aos banqueiros em 11 de agosto contém 100 cláusulas econômicas e sociais. Saúde é um dos eixos de campanha e há cláusulas de prevenção, reabilitação e isonomia dos trabalhadores afastados com os da ativa. Os bancários querem reajuste salarial de 11,77%, PLR maior (um salário mais valor fixo de R$ 788 acrescidos de 5% do lucro líquido distribuídos de forma linear entre os funcionários), valorização dos pisos, garantia de emprego e novas conquistas – como o 14º salário, 13ª cesta-alimentação, proteção salarial (reajuste sempre que a inflação acumulada alcançar 3%).
Dentre as cláusulas sociais, há pontos como a promoção da igualdade de oportunidades e o controle de tempo de espera nas filas. Também são reivindicados o fim da terceirização e a recontratação dos terceirizados; ampliação do horário de atendimento ao público para das 9h às 17h, com dois turnos de trabalho; medidas para coibir e combater o assédio moral; continuidade dos trabalhos da Comissão de Segurança Bancária; eleição de delegados sindicais nos locais de trabalho.
fonte: Érika Soares com infomações do Seeb SP e Seeb PoA