Bancários de Porto Alegre retardam abertura das agências do Banespa
Com o objetivo de melhorar a proposta de acordo do Santander Banespa, apresentada no último dia 9, os bancários retardam nesta terça-feira, dia 16, a abertura das agências Porto Alegre Centro e Passo D’Areia. Ao invés de abrir às 10h, as unidades iniciaram o atendimento às 11h.
Os funcionários da ativa e os aposentados admitidos até 22.05.75 protestaram contra a tentativa de novo congelamento de salários e complementações, em troca de garantira de emprego por seis meses, abonos e outros benefícios.
A atividade marcou na capital gaúcha o dia nacional de luta dos trabalhadores do Grupo Santander Banespa.
Participaram das manifestações diretores do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, Federação dos Bancários dor RS, Associação dos Funcionários do Grupo Santander Banespa (Afubesp) e Associação Gaúcha dos Aposentados do Banespa (Agabesp). “Mostramos para o Santander que um acordo específico deve ser construído a partir dos parâmetros da convenção coletiva dos bancários”, afirma o diretor do Sindicato, Federação e Afubesp, Ademir Wiederkehr.
Uma carta aberta foi distribuída aos clientes e à população.
Nesta quarta-feira, dia 17, às 15h, será realizada nova rodada de negociação, em São Paulo. Antes disso, às 9h, os dirigentes sindicais do Santander Banespa se realizam uma plenária no Auditório Azul do Sindicato dos Bancários de São Paulo. “Queremos reajustes de 8,5% a 12,77% para funcionários e aposentados do Banespa, garantia de emprego por dois anos, manutenção de todas as agências, contratação dos estagiários e terceirizados como empregados e ampliação do horário de atendimento ao público (9h às 17h)”, defende Wiederkehr.
Desde a venda do Banespa ao Santander, ocorrida em 20 de novembro de 2000, os funcionários só tiveram um acréscimo de 7,72% em seus salários, ficando abaixo dos reajustes da categoria e da inflação do período. Além disso, quase nove mil trabalhadores perderam os seus empregos.
Já os cerca de 13 mil aposentados pré-75 estão com as suas complementações totalmente congeladas após a privatização. “Entretanto, o Santander recebeu R$ 4 bilhões em títulos federais para honrar esse passivo trabalhista, com previsão de reajustes anuais, o que significa que o banco comete apropriação indébita de recursos, sendo também um desrespeito ao Estatuto do Idoso”, denuncia o dirigente sindical.
O Banespa lucrou R$ 1,251 bilhão nos primeiros nove meses de 2004. “O Santander precisa acreditar no Brasil e parar de mandar seus lucros para a Espanha. O banco deve respeitar os direitos de seus trabalhadores, gerar empregos, melhorar o atendimento, diminuir juros e tarifas, oferecer crédito barato para quem vai investir e ajudar o Brasil a crescer”, conclui Wiederkehr.
fonte: Seeb PoA