Bancários de Porto Alegre deliberam pela continuidade da greve
Os bancários de Porto Alegre vão fechar mais uma semana em greve. Essa foi a decisão da assembléia realizada quinta-feira, dia 7, pelo Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, no Clube do Comércio, no centro da capital.
A categoria condenou a intransigência da Fenaban – que se negou a comparecer na reunião agendada pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília – e rejeitou o ajuizamento de dissídio coletivo, optando pela continuidade do processo negocial. Foi lembrado que em anos anteriores os julgamentos do TST trouxeram prejuízos aos bancários, como a perda do anuênio no Banco do Brasil.
A assembléia, que contou com a participação de cerca de 700 trabalhadores, aprovou moção de repúdio ao governo Lula pela intransigência nas negociações com os bancos federais.
A greve permanece forte na capital e no interior gaúcho. O movimento também segue em 24 capitais. Nova assembléia de avaliação ocorre nesta sexta-feira, às 16 horas, no mesmo local.
Passeata de ontem – Também na quinta-feira foi realizada nova passeata nas ruas do centro de Porto Alegre, com faixas, pirulitos e cartazes. “Fora Casseb”, “Fora Mattoso”, “Lula e Palocci: queremos negociações” e “Banqueiros: chega de intransigência” foram alguns dos dizeres.
Após a concentração na Praça da Alfândega, os grevistas caminharam até a Assembléia Legislativa, onde diretores do Sindicato e da Federação dos Bancários do RS entregaram um documento ao presidente da Casa, deputado Vieira da Cunha (PDT) e aos líderes das bancadas dos partidos, pedindo apoio e envio de mensagens para a Fenaban, BB, Caixa, Banrisul e governos Lula e Rigotto.
Executiva se reúne em São Paulo – Após os contatos feitos em Brasília com parlamentares, TST e representantes do governo Lula, a Executiva Nacional dos Bancários volta a se reunir hoje em São Paulo. Até agora, nenhuma nova proposta foi oficializada pela Fenaban ou pelos bancos federais.
A proposta de dividir os 23 dias de greve em três parcelas, que está sendo articulada pelo governo, é insuficiente para acabar com a greve no BB e na Caixa. Pela proposta, os 23 dias parados seriam divididos da seguinte maneira: anistiar a primeira parcela, descontar a segunda parcela do salário e compensar a terceira parcela com horas extras.
Os bancários querem reajuste de 19%, abono de R$ 1.500, não-desconto dos dias parados, não-punição aos grevistas e avanços nas negociações dos itens específicos dos bancos públicos. A luta é por uma proposta que tenha um ganho econômico, a fim de encerrar a greve e voltar ao trabalho com dignidade.
fonte: Airton Goes, com informações do Seeb PoA