Bancários de Novo Hamburgo (RS) cobram soluções do Santander
O Sindicato dos Bancários de Novo Hamburgo enviou na quarta-feira, dia 18, uma correspondência ao presidente do Santander Banespa, Gabriel Jaramillo, relatando a situação do banco na cidade – “antes, durante e depois das demissões praticadas no início de dezembro de 2005”. Sete funcionários do Banespa foram dispensados pessoalmente pelo superintendente regional Luiz Serafini, durante o atendimento aos clientes.
Hoje bancários de outras cidades, como Porto Alegre, Canoas e até Tramandaí, são “emprestados” para garantir a abertura da agência do Santander, que é resultado da fusão ocorrida em 28 de fevereiro do ano passado com a unidade do Banespa.
Na carta, o Sindicato diz que até agora ninguém sabe por que esses funcionários foram desempregados. “Se eles integravam a agência que mais lucro acumulava para o banco na região, por que dispensá-los? Ou será que, por terem sido admitidos antes da privatização no Banespa, tinham que ser jogados no olho da rua?”, questiona a entidade, que insiste na reversão das demissões.
Os bancários também pedem que Jaramillo “avalie a postura do citado superintendente regional, que veio comandar as demissões dos funcionários do Banespa, como se fosse um capitão-do-mato”.
Ao final, o Sindicato alerta o presidente do banco. “Não queremos testemunhar o mesmo desmonte que vimos ter sido praticado pelo Bozzano Simonsen e continuado pelo Santander com os funcionários e a rede de agências do Banco Meridional. Até hoje a imagem do banco está abalada no Estado, apesar das propagandas milionárias nas novelas da Globo.”
Veja a íntegra da carta do Sindicato:
Novo Hamburgo, 17 de janeiro de 2006.
Ao
Grupo Santander Banespa
Presidência
Att. do Sr. Gabriel Jaramillo
São Paulo – SP
Senhor Presidente:
Ref.: Demissões e precariedade de atendimento na Agência Novo Hamburgo.
Serve a presente para levar ao conhecimento de Vossa Senhoria alguns fatos relacionados à situação do banco em Novo Hamburgo – antes, durante e depois das demissões praticadas no início de dezembro de 2005.
É importante destacar que até 28 de fevereiro de 2005, antes da fusão das agências do Santander e Banespa no centro da capital brasileira do calçado, a unidade do ex-banco paulista era a que oferecia o melhor atendimento bancário no município e proporcionava o maior lucro da Superintendência Regional da Grande Porto Alegre.
O fechamento da agência do Banespa e a transferência de funcionários e clientes para o prédio reformado do Santander, sem demissões de empregados, apontaram inicialmente a perspectiva de que seria mantida a mesma qualidade de atendimento. Puro engano. Como era o Banespa que estava sendo absorvido, aos poucos os funcionários tiveram que se adaptar ao padrão de atendimento do Santander. De nada valeram as palestras sobre o A+, pois não tiveram utilidade prática.
Mas o pior viria em 8 de dezembro. Logo após o início do atendimento ao público, por volta das 11h30min, o superintendente regional Luiz Serafini chegou na agência, acompanhado de um assessor e alguns funcionários de outras unidades.
Ele resolveu efetuar pessoalmente as demissões de sete empregados do Banespa, na frente dos clientes, em total desrespeito à dignidade das pessoas, sem qualquer consideração ou bom senso, praticando assédio moral.
Nunca ficamos sabendo de algo parecido. Um cliente na fila do caixa chegou a perguntar o que estava acontecendo e o assessor de Serafini falou sem constrangimento algum que o bancário que atendia a clientela estava sendo demitido.
Ao mesmo tempo em que mandava embora funcionários do Banespa, o zeloso superintendente colocava em seus lugares alguns colegas recrutados em outras agências do Santander.
Ao todo, foram demitidos sete funcionários: dois gerentes, dois coordenados e três caixas. Todos do Banespa. Talvez o número fosse ainda maior, se dois caixas não tivessem estabilidade no emprego.
Com a demissão de sete funcionários, o atendimento ficou horrível. Para suprir as vagas dos demitidos, Serafini tem apelado para “empréstimos” de funcionários de outras unidades, inclusive de outras superintendências, como Porto Alegre. Ele já trouxe até um colega do município de Tramandaí, distante uns 100 Km de Novo Hamburgo.
Até agora, ninguém entendeu por que esses funcionários foram demitidos. Se eles integravam a agência que mais lucro acumulava para o banco na região, por que dispensá-los? Ou será que, por terem sido admitidos antes da privatização no Banespa, tinham que ser jogados no olho da rua?
Cabe denunciar que, apesar de ter dois funcionários cedidos nos caixas (será que não fazem falta nas agências onde estão lotados?), para o revezamento de almoço o coordenador se encarrega de atender em dois caixas (o do público em geral e o das empresas).
No caixa de atendimento aos clientes preferenciais, uma única funcionária abre os dois terminais: um do Banespa e outro do Santander (fica um atendimento de qualidade duvidosa, sendo que os clientes se referem à funcionária como uma “coitadinha, tem boa vontade, mas é complicado para ela”).
Será que é esse o tipo de banco que o Ronaldinho e outros craques estão propagandeando? O time está completamente desfalcado nas agências, não há reservas nem novas contratações. O que se observa é serviço atrasado e estagiárias usadas como bancários e extrapolando a jornada. Assim os trabalhadores não vão agüentar.
Diante desses fatos, solicitamos-lhe que sejam revertidas as demissões ocorridas em Novo Hamburgo. Os fatos revelam que não foi avaliação de performance que motivou tais dispensas. As pessoas foram mandadas embora porque tinham a carteira assinada pelo Banespa. Todos os demitidos eram profissionais e hoje fazem uma falta enorme na agência.
Ao mesmo tempo, pedimos-lhe que avalie a postura do citado superintendente regional, que veio comandar as demissões dos funcionários do Banespa, como se fosse um capitão-do-mato. Esse é o perfil de administrador que o banco defende para liderar as agências da região?
Por fim, queremos registrar que tomamos a iniciativa de alertar Vossa Senhoria acerca desses fatos porque não queremos testemunhar o mesmo desmonte que vimos ter sido praticado pelo Bozzano Simonsen e continuado pelo Santander com os funcionários e a rede de agências do Banco Me
fonte: Seeb PoAcom informações do Seeb Novo Hamburgo