Bancários cobram fim da onda de ataques a bancos
Em reunião realizada na última segunda-feira, dia 25 de setembro, o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários) e a Federação dos Bancários do RS exigiram medidas concretas para enfrentar a onda crescente de ataques a bancos, durante a retomada do Grupo Interinstitucional de Trabalho sobre Segurança Bancária, da Secretaria da Justiça e da Segurança (SJS). O grupo não se reunia desde o dia 26 de julho.
Também participaram representantes do Sindicato dos Vigilantes de Porto Alegre, Associação dos Bancos no RS, Banrisul, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, HSBC, Bradesco, Itaú, Banco da Amazônia e Banco Matone, além da Polícia Civil, Brigada Militar e Polícia Federal.
Os diretores do SindBancários, Ademir Wiederkehr e Antonio Carlos Pirottti, cobraram soluções dos bancos e do governo do Estado, pois, segundo o levantamento das entidades sindicais, o mês de setembro registra o maior número de assaltos, tentativas e arrombamentos desde maio, quando começou a se feita a estatística com base em notícias na imprensa e informações da categoria.
O tenente-coronel Ângelo Vieira da Silva, que coordena o grupo, reconheceu que “nos últimos três meses houve uma intensificação de roubos a banco no Estado”. Ele informou que existe uma defasagem de 15 mil policiais no Estado.
Para enfrentar esse crescimento de ocorrências, o representante da SJS destacou o planejamento das ações a Polícia Civil e a Brigada Militar, a troca de informações entre os órgãos de inteligência, a repressão ao furto de veículos e a aproximação dos órgãos policiais com os gerentes dos bancos. “Não podemos descuidar o período entre os dias 25 e 5 do mês seguinte”, frisou o tenente-coronel. ”Muitos assaltos ocorrem por volta do meio-dia, com a rendição do vigilante no auto-atendimento e a quebra de vidraças”, alertou.
Os bancos voltaram a reclamar da Polícia Federal sobre a exigência de vigilante no auto-atendimento. O delegado da Polícia Civil defendeu a presença da vigilância com a instalação da porta giratória com detectores de metais na entrada da sala dos caixas eletrônicos.
Os policiais, por sua vez, reclamaram da legislação penal do Brasil, pois muitos assaltantes de bancos são presos, logo acabam soltos e voltam a praticar novos crimes. Um projeto de lei foi recentemente encaminhado pela Polícia Federal ao Congresso Nacional, que prevê a atualização da lei de segurança privada, que é de 1983 e se encontra obsoleta.
Nova reunião ficou de ser convocada pela SJS para o final de outubro. Enquanto isso, os bancários vão continuar mobilizados em defesa da vida das pessoas, exigindo segurança dentro e fora das agências.
Os bancários comunicaram que a segurança é também um dos temas prioritários da minuta de reivindicações da Campanha Nacional de 2006. O assunto já foi debatido com os banqueiros e a Comissão Nacional de Segurança Bancária, que há mais de dois anos não se reúne, deve retomar as suas atividades.
Ao final da reunião, a Polícia Federal fez uma exposição sobre a Operação Toupeira, que desmontou a tentativa de assalto aos caixas-fortes do Banrisul e da Caixa, no centro de Porto Alegre, por meio de um túnel escavado pelo mesmo bando que roubou o Banco Central, em Fortaleza.
fonte: SindBancários