Bancários cobram do Santander cumprimento aos compromissos assumidos
Em reunião do CRT (Comitê de Relações Trabalhistas), ocorrida nesta quinta-feira, 3, no CASA I, em São Paulo, os bancários expressaram aos negociadores do Santander uma grande preocupação: a empresa não tem cumprido alguns compromissos assumidos nas mesas de negociação.
Os integrantes da COE (Comissão de Organização dos Empregados) citaram como exemplos dessa falta de respeito ao acordado a questão das metas dos caixas e a carta que recentemente o banco encaminhou aos funcionários afastados do trabalho há mais de 24 meses, por auxílio-doença e acidentário.
Em reuniões anteriores do CRT, os bancários denunciaram que os gestores das agências estavam impondo metas de vendas de produtos aos caixas. Por diversas vezes os negociadores da empresa garantiram e escreveram em atas que essa prática não pode ser exigida dos referidos funcionários. Entretanto¸ o problema persiste e as denúncias continuam a chegar nos sindicatos e nas entidades de representação.
Quanto à carta, que informa aos empregados afastados por mais de 24 meses que, a partir de agora, eles deveriam pagar as contribuições mensais do fundo de pensão e do plano de assistência médica diretamente ao Banesprev e à Cabesp, trata-se de uma imposição unilateral do Santander contrária ao acordado na reunião do CRT ocorrida em março.
Naquela ocasião, a COE relatou o problema de colegas que retornavam ao trabalho, após o afastamento por motivo de problemas de saúde. Assim que voltavam a trabalhar o banco queria descontar os valores antecipados ao fundo de pensão e à Cabesp, relativos à parte dos funcionários, de uma só vez. O que, em muitos casos, deixava o trabalhador sem nenhum salário.
Para tentar resolver o problema, a COE reivindicou que fosse dada ao funcionário a opção dele ressarcir ao banco (referente às contribuições mensais de sua parte às entidades), como se na ativa estivesse, para que o valor acumulado não ficasse tão alto. Outra solicitação foi que, quando do retorno ao trabalho, a empresa parcelasse a dívida, de modo que o empregado não ficasse sem salário.
Em resposta, os negociadores do banco afirmaram e registraram em ata que estavam estudando a proposta de um “Termo de Compromisso, com características de autorização, no qual o funcionário poderá optar” por três alternativas apresentadas.
Como os termos da carta, datada de 17 de junho e encaminhada aos colegas afastados, estão em total desacordo com o que vinha sendo negociado, os bancários voltaram a reivindicar ao banco a solução do problema nos mesmos termos explicitados na reunião anterior.
“Gostaríamos de resolver essas questões pendentes de forma negociada. Porém, se a empresa insistir em desrespeitar os compromissos assumidos, vamos ter que buscar outras alternativas para que os funcionários não continuem a ser prejudicados”, afirma José Reinaldo, secretário-geral da Afubesp.
Na reunião de ontem, os bancários também cobraram a suspensão das demissões e mais contratações, argumentando que há falta de pessoal e sobrecarga de trabalho nas agências.
Reclamaram ainda das metas abusivas, especialmente para os gerentes de conquista, e reivindicaram o reajuste do quilômetro rodado e o fim da discriminação aos trabalhadores adoecidos, dentre outras. O banco ficou de verificar as demandas apresentadas e comprometeu-se a responder várias delas dentro de 15 dias úteis.
Veja a íntegra da ata da reunião:
Ata da Reunião do Comitê de Relações Trabalhistas do Santander
São Paulo, quinta-feira, dia 3 de julho de 2008
A – PARTES PRESENTES
Representação dos empregados: MÁRIO RAIA, RITA BERLOFA, VERA MARCHIONI, JOSÉ REINALDO, NIVALDO, ADEMIR, GARCEZ, JOSÉ CRISTIANO, JOÃO CARLOS, CLÓVIS e DRA. MARIÂNGELA RICHIERI.
Representantes do Banco: GILBERTO TRAZZI, RENTAO FRANCO, ALBERTO CAMACHO e ANDRÉ GUEDES.
B – OBSERVAÇÕES RELATIVAS ÀS PAUTAS ANTERIORES
Foram observados pelos representantes dos empregados alguns descumprimentos quanto à pauta anterior. São eles:
1) Ficha de sindicalização – Grande número de trabalhadores afirma que não recebem referida ficha e, os que recebem e assinam, as fichas não são enviadas aos Sindicatos.
2) Meta para caixa – Os sindicatos continuam recebendo denúncias de que está sendo imposta meta para caixas. Há informação, inclusive, que o funcionário é obrigado a assinar um termo de compromisso de que irá atingir a meta estipulada pelo BANCO.
3) CABESP/BANESPREV – Os trabalhadores afastados sem complementação salarial reivindicam o direito à opção do ressarcimento dos débitos para com o BANCO relativo ao pagamento a essas entidades possam ser feitos mensalmente ou quando do retorno ao trabalho. O pagamento direto dos funcionários as entidades através do débito em conta é prejudicado uma vez que o BANCO prioriza outros débitos em conta, colocando em risco a condição de associado e participante.
4) O BANCO vem praticando ilegalmente a retenção de 100% do salário dos trabalhadores para pagamento de débitos com o BANCO, quando do retorno do afastamento por motivo de saúde.
Pelos Representantes do Banco
O Banco vai verificar.
C – PAUTA DE REUNIÃO
1) DEMISSÕES (CONTRATAÇÃO DE PESSOAL)
O Santander continua demitindo, de forma dirigida, trabalhadores que estão próximos de garantir estabilidade pré-aposentadoria e os funcionários no término da estabilidade adquirida após a alta do INSS. Aliado à falta de contratação, provoca a diminuição do quadro de funcionários e conseqüentemente aumenta-se a carga de trabalho. O problema é generalizado, mas como exemplo citamos denúncias que continuamos recebendo:
– SEEB–SP – Falta de funcionários; problemas com autorização e pagamento de horas extras;
– SEEB Catanduva – Fim da substituição de funcionário afastado ou em férias por outro sem a mesma função e quando isso ocorrer, ser feito pagamento do “salário por substituição” e o fim dos deslocamentos de funcionários para cobrir carência do quadro em outros PVs.
– SEEB Erechim – Contratação de Pessoal e fim da contratação de terceirizados e estagiários.
– SEEB Floripa – Coordenadores trabalhando com desvio de função (caixas); substituição sem remuneração (gerentes);
– FETEC-PR – Número reduzido de funcionários; não autorização para pagamento de horas extras, porém com a exigência que o trabalho seja executado dentro do expediente sem tempo suficiente para isso;
– SEEB Foz do Iguaçu – Falta de funcionários;
– SEEB Franca – Falta de funcionários em PVs notadamente nos de Presidente Ven
fonte: Airton Goes – Afubesp e SindBancários