Colegas lotam encontro sobre Cabesp em São Paulo; Informação é essencial para decidir custeio do déficit
Antes de tomar qualquer grande decisão, é necessário se esclarecer sobre o assunto – principalmente quando se trata da nossa saúde e do futuro. E foi com este espírito que os colegas de São Paulo atenderam ao chamado da Afubesp e compareceram em peso ao encontro sobre a Cabesp, que ocorreu no dia 8 de maio no Sindicato dos Bancários de São Paulo. Várias outras reuniões ainda estão agendadas no interior em outras localidades pelo país.
O tema principal abordado foi o acordo para resolver o déficit operacional. Atentos, os associados lotaram o auditório e ouviram as explanações dos dirigentes, além de também tirarem suas dúvidas.
O presidente da Afubesp Camilo Fernandes destacou o papel fundamental do diálogo e união neste momento. “O Santander conseguiu colocar todos do mesmo lado da mesa”, afirmou o dirigente. Sindicatos e associações se uniram em negociações com a diretoria da Caixa para chegar em um consenso sobre o equacionamento do déficit (R$ 437,6 milhões em 2016) que não penalize os associados e garanta a perenidade da Cabesp. Deste exaustivo processo negocial, saiu o acordo considerado grande avanço pelos representantes dos associados:
Atualmente, o percentual de custeio da Cabesp é de 2,5% da remuneração mensal de cada associado, sendo o patrocinador responsável por aportar o valor correspondente ao montante arrecadado. Com a aprovação da proposta, o reajuste seria de 6% e escalonado em três anos. O primeiro reajuste seria de 4% ainda em 2018, 5% em 2019 e 6% em 2020. A condição do acordo faz com que o banco entre com a outra metade, completando 12% de reajuste sem que haja mudanças na coparticipação de imediato.
Rejeitada, a proposta inicial do banco quanto à coparticipação era elevar o teto de R$ 125,00 para R$ 270,00, individualizar a cobrança dentro do grupo familiar e incluir de novos procedimentos ligados à manutenção da saúde. Além disso, propunha ainda estabelecer a cobrança de uma franquia nos casos de internação. Daqui a um ano, representantes dos associados e diretoria da Caixa se reuniriam novamente para rediscutir a coparticipação baseados em novo estudo atuarial já com impactos do reajuste praticado.
Os termos do acordo serão submetidos em Assembleia Geral Extraordinária no dia 30 de junho e, para ser aprovada, é necessário quórum de 50% mais um dos associados aptos a votar por se tratar de uma alteração no Estatuto. Caso não haja esse quórum (o que é o provável), a proposta passará para um plebiscito, reforçando a obrigação de que todos estejam bem informados.
Proposta é o melhor cenário
Rita Berlofa, diretora da executiva do Sindicato e vice-presidente da Afubesp, explicou que a proposta garante a preservação das contas da Cabesp e o atendimento de beneficiários até 2059. “Se nada for feito, o patrimônio da Cabesp pode acabar, e não podemos permitir isso. Nossa intenção é lutar pelo caráter perene do plano”, ressaltou.
Não deve ser surpresa a necessidade de um reajuste. O déficit operacional acontece quando gastamos mais do que o arrecadado e, no caso da Cabesp, estava sendo coberto por meio de aplicações financeiras. Porém, a queda nos juros fez cair a rentabilidade e aprofundar o déficit, além de fatores como o aumento da expectativa de vida e, consequentemente, o envelhecimento da massa segurada. Vale lembrar que o plano está fechado para novas vidas há mais de uma década.
Por mais que exista a necessidade do aumento, Berlofa defende dentro de uma análise de conjuntura que a Cabesp vale mais a pena tanto financeiramente e em qualidade. “(A Cabesp) ainda está muito mais em conta do que muito plano de saúde por fora”, destacou.
>>> Leia mais sobre o acordo conjunto na edição nº 83 do Jornal Afubesp
Custo crescente da assistência médica
O que acontece hoje na Cabesp é inerente ao que se passa no país. Com os custos da assistência médica cada vez mais altos, estamos reféns nas mãos de empresas que só visam o lucro.
Para a diretora da Afubesp e conselheira fiscal da Cabesp Vera Marchioni, a luta também precisa ser feita para regular o mercado. “Se essa política atual que trata a saúde como mercadoria ao invés de direito prosseguir, vamos ter sempre de desembolsar mais dinheiro. O custo da inflação médica (que é sempre superior ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) subiu 20% no ano passado. A conta não fecha, pois os salários não sobem no mesmo valor”, frisou a dirigente. “Uma saúde política fortalecida reduz a pressão destes números.”
Com a palavra, os associados
O objetivo principal do encontro foi que ninguém saísse do auditório com dúvidas. E foram muitas: desde o compromisso do banco com o acordo e o pagamento de sua parte do custeio, até o futuro da rede credenciada e questões debatidas em assembleia.
Você pode assistir a íntegra do encontro no vídeo:
Confira galeria de fotos:
(Imagens: Jailton Garcia)