Ato solene na Alesp: pessoas com deficiência reivindicam seus direitos

Evento realizado na terça-feira, dia 25, destacou a luta do segmento pela inclusão social

“A inclusão das pessoas com deficiência é uma escada muito longa e só conseguimos subir um degrau”. A frase pronunciada por Juelina Nunes, durante solenidade realizada nesta terça-feira, dia 25, na Assembléia Legislativa de São Paulo, traduz o sentimento de grande parte das pessoas com deficiência e seus familiares em relação ao estágio atual da luta em defesa dos direitos do segmento.

Jô Nunes, como é conhecida, tem uma filha de 16 anos acometida por uma doença genética pouco divulgada, a Síndrome de Williams-Beuren. A partir desse drama pessoal, ela foi à luta. Fundou a ABSW (Associação Brasileira da Síndrome de Williams) e se tornou uma defensora incansável das pessoas com deficiência. “Há 16 anos eu ouço que as escolas não estão preparadas para receber essas crianças, que falta acessibilidade, cadeiras de rodas…”, relatou.

Entretanto, Jô não desiste e, em razão desta persistência, foi uma das pessoas homenageadas no evento, que marcou a Semana Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. O outro nome lembrado foi o do militante sindical Ednir Alves Veludo, ou, melhor, o “Chuchu”. Falecido em maio último, ele foi representado por Luiz Soares da Cruz, o Lulinha. “Chuchu teve um papel importante na luta pela cidadania das pessoas com deficiência”, declarou Lulinha.

O ato solene foi iniciativa do deputado estadual Cido Sério, que logo no início, ao falar da falta da acessibilidade para as pessoas com deficiência na própria Assembléia Legislativa, chamou a atenção dos presentes para os enormes desafios que se colocam à frente daqueles que buscam a inclusão social do segmento. “O que garante avanços nessa área é nossa luta, nossa participação”, conclamou.

O parlamentar informou que já encaminhou requerimento à presidência da Casa, cobrando o cumprimento da Lei 5.296 (da acessibilidade), assinada pelo presidente Lula em 2004. O auditório Franco Montoro (onde foi realizado o evento), por exemplo, não permitia a livre locomoção dos cadeirantes presentes.

Apoio da Afubesp à inclusão – Cido Sério destacou o papel desempenhado pela Afubesp (Associação dos Funcionários do Grupo Santander Banespa, Banesprev e Cabesp) no apoio à inclusão social. Os diretores da entidade Isaias Dias e Marly dos Santos, que são cadeirantes, têm forte atuação em defesa do segmento.

Integrante do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, Marly, em sua fala, citou algumas das dificuldades vivenciadas no dia-a-dia. “Temos problemas nos transportes, na saúde…” E defendeu: “Queremos ser cidadãos, ter o direito de ir e vir”.

Isaias, por sua vez, explicou que não basta as empresas contratarem as pessoas com deficiência apenas para cumprir a Lei. “Temos que fazer a discussão da inclusão com qualidade, para que esses trabalhadores tenham condições adequadas para exercer suas funções”. Ele é conselheiro suplente do CONADE (Conselho Nacional de Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência) e principal responsável pela inclusão do tema nos debates do movimento sindical cutista.

O presidente da Afubesp, Paulo Salvador, e diretores da Contraf-CUT, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e do Banesprev prestigiaram o evento.

fonte: Airton Goes – Afubesp