Ato público em Porto Alegre mobiliza bancários e vigilantes

Os bancários participaram na quarta-feira, dia 8, do ato público organizado pelos vigilantes na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre, em protesto contra a insegurança nas agências e postos de atendimento. A manifestação chamou a atenção dos banqueiros, do Governo do Estado e da sociedade gaúcha para a o­nda de violência que assusta trabalhadores, clientes e comunidade em geral.

Diretores do Sindicato dos Bancários de Porto Alege e Região (SindBancários) e da Federação dos Bancários do Rio Grande do Sul (FEEB-RS) distribuíram carta aberta à população, denunciando os ataques a bancos ocorridos nos últimos seis meses e reivindicando medidas efetivas para a melhoria das condições segurança nas instituições. Entre maio e outubro, o levantamento do SindBancários, feito a partir de notícias da imprensa e informações da categoria, apurou 126 ataques, envolvendo assaltos, tentativas, seqüestros, furtos e arrombamentos.

Segundo o diretor do SindBancários e da FEEB/RS, Ademir Wiederkehr, a falta de segurança é resultado, por um lado, da carência de investimentos do governo Rigotto em políticas sociais e em segurança pública. “Somente em Porto Alegre 43% das viaturas estão quebradas, conforme revelou o jornal Zero Hora na semana passada, o que mostra o descaso com a proteção da vida das pessoas”, afirmou Ademir, que também é diretor regional da Afubesp.

“Por outro lado, a insegurança também ocorre por falta de investimentos dos bancos em medidas e equipamentos de segurança”, ressaltou o representante dos bancários. Ele defendeu que “a porta giratória tem que ser instalada na entrada das agências, antes da sala de auto-atendimento, para oferecer mais segurança e dificultar a ação de quadrilhas cada vez mais arrojadas”. Com os seus lucros recordes, os banqueiros têm condições para cuidar melhor da vida de bancários, vigilantes e clientes..

O presidente do Sindicato dos Vigilantes de Porto Alegre, Evandro Vargas dos Santos, denunciou a inoperância do policiamento ostensivo e a ganância dos banqueiros, reivindicando colete a prova de balas para a categoria. Ele reclamou do recuo da Polícia Federal, em relação à portaria nº 387/2006, que obrigaria o uso de coletes pelos vigilantes a partir do dia 1º de setembro. Essa mudança, segundo Evandro, resultou na morte do vigilante Jéferson dos Santos, de 27 anos, ocorrida dia 30 de outubro, após ser baleado durante tentativa de assalto à agência Bom Conselho, do Banrisul.

O ato público reforçou a parceira entre bancários e vigilantes, na luta contra a insegurança no Estado. “Vamos fazer novos protestos para acordar as autoridades e os banqueiros, ainda mais agora em que nos aproximamos do fim de ano, quando os trabalhadores recebem o 13º salário e ocorrem as compras de Natal, aumentando o movimento nos bancos e no comércio”, alertou Ademir. “Nós queremos viaturas e policiais nas ruas, além de mais equipamentos de segurança nos bancos, a fim de evitar novos ataques da bandidagem”, defendeu.

Também fizeram manifestações em apoio à luta por segurança representantes de várias entidades sindicais e associações de moradores.

fonte: SindBancários