Assédio Moral: debates do grupo de trabalho avançam
Durante duas horas, na sexta-feira, dia 8, o grupo de trabalho que debate conflitos no ambiente de trabalho apresentou os pontos que considera crucial para a criação de um programa de treinamento a fim de combater o problema. Os bancários deixaram claro que é preciso listar todas as situações de conflito: assédio moral, assédio sexual, gestão inadequada, injuriosa, qualquer tipo de discriminação ou outro tipo de comportamento inadequado. Também salientaram a importância de que o programa avance no sentido de mudanças não só no comportamento individual dos gestores mas na organização do trabalho.
Entre a proposta apresentada pela Fenaban e pelo Comando Nacional dos Bancários há pontos que guardam semelhança. A criação de um programa de informação e educação continuada elaborado e acompanhado por ambas as partes. Uma espécie de “manual de condutas” deverá definir a atribuição de tarefas de forma a combater o constrangimento e a intimidação e estabelecer melhores práticas na relação de trabalho, com combate da discriminação, ao assédio sexual e outros comportamentos inadequados. O projeto também deve prever mecanismos que garantam a possibilidade de denúncia com a preservação da identidade do denunciante e as providências que devem ser adotadas a partir dessa reclamação.
Os bancários salientaram a importância de que sejam determinados mecanismos de acompanhamento da aplicação e cumprimento do programa por parte de todos os bancos. “Esse grupo de trabalho representa um dos principais avanços conquistados pela categoria bancária nos últimos anos”, avalia o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. “Temos a possibilidade de combater alguns dos principais problemas enfrentados pelos bancários hoje em dia que são os conflitos nos ambientes de trabalho. Mas não será fácil. É preciso separar o que é prática do gestor e prática de gestão. Não vai adiantar treinar gestores se o banco mantiver a forma de organização do trabalho”, destaca o dirigente.
O secretário de Saúde da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro Plínio Pavão considera uma preocupação o programa ser tratado como uma simples recomendação da Fenaban aos bancos. “Vamos fazer, vamos construir. Mas uma vez construído, temos que buscar uma forma efetiva de implementação. O ideal seria por meio da convenção coletiva.” O presidente do Sindicato concorda. “Se queremos solucionar o conflito temos que resolve-lo na origem para prevenir que não mais aconteça”, diz Marcolino.
Para o diretor de Saúde do Sindicato, Walcir Previtale Bruno, é preciso não esquecer os que já foram acometidos por assédio moral. “O assédio não é doença, mas leva ao adoecimento. O programa tem que contemplar esses trabalhadores que já enfrentam o problema.”
O superintendente de relações do trabalho da Fenaban, Magnus Ribas Apostólico, afirmou que “a idéia é que o grupo (composto por representantes dos bancários e dos bancos) trabalhe junto para estabelecer os caminhos até chegar ao programa final e à definição da forma de acompanhamento”.
Calendário – Ficou acertado para a primeira semana de fevereiro um novo encontro do grupo de trabalho. Até lá, bancários e representantes dos bancos deverão criar sua proposta para o programa de combate aos conflitos no ambiente de trabalho. As propostas serão avaliadas e confrontadas nessa nova reunião. “Estamos avançando e precisamos fazer isso com todo cuidado para criarmos um programa eficiente que consiga banir dos locais de trabalho o assédio moral e outras formar de constrangimento”, considera Marcolino.
fonte: Cláudia Motta – Seeb SP