Ampliada a greve nacional dos bancários
A greve nacional dos bancários foi intensificada nesta quinta-feira, dia 5, em todo o País. A intransigência dos banqueiros nas negociações causou indignação aos trabalhadores do ramo financeiro. Mesmo com a constante quebra dos recordes de lucratividade dos bancos, a Fenaban recusa-se a conceder aumento real aos bancários.
Veja o quadro de paralisação, conforme levantamento da Contraf-CUT:
São Paulo
Um oficial de Justiça, a mando do Bradesco, tentou fazer funcionar à força o complexo do banco em Alphaville, em São Paulo, via interdito proibitório, mas recebeu uma tremenda vaia dos trabalhadores.
A categoria decidiu entrar em greve a partir de quinta por tempo indeterminado. Há em vários outros locais uma forte adesão da categoria. Bancários têm saído de suas agências para ajudar na conscientização e mobilização da categoria em outras regiões.
No primeiro balanço realizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, às 10h30, cerca de 21 mil bancários participam do primeiro dia da greve por tempo indeterminado em 210 locais de trabalho entre agências e centros administrativos.
Região Sul
No Paraná, os bancários de Curitiba e Região fecharam na quinta mais de 180 agências, especialmente na região central da capital do Paraná e os prédios de administração central do Banco do Brasil (Praça Tiradentes) e Central de Atendimento Banco do Brasil (São José dos Pinhais), HSBC (Palácio Avenida), Bradesco (Marechal Deodoro) e Caixa Econômica Federal (Praça Carlos Gomes e Conselheiro Laurindo).
Várias agências nos bairros da capital também estão fechadas. Na maioria das agências o auto-atendimento por meio dos caixas automáticos está liberado e os aposentados estão efetuando saques nestes terminais livremente.
Os 260 funcionários da Central de Atendimento do Banco do Brasil em São José dos Pinhais estão em greve. A Central de Atendimento é responsável pelos atendimentos por telefone para esclarecimentos e transações financeiras dos clientes do banco. A adesão ao movimento grevista foi maciça, o que remete ao alto grau de conscientização dos trabalhadores.
Além de Curitiba, a greve atinge todo o interior paranaense, com destaque para Londrina, Apucarana, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Umuarama e suas regiões.
Em Santa Catarina , a greve também é forte, principalmente nos bancos públicos. Em Florianópolis, os bancários pararam várias agências do Besc, do Banco do Brasil e da Caixa, além do Bradesco da Praça XV e o Unibanco da Trindade. No interior, o movimento atinge Blumenau, Chapecó, Joaçaba, São Miguel do Oeste, Criciúma, Rio do Sul e Ituporanga.
Em Criciúma, a greve dos bancários parou 90% dos funcionários e 80% das agências. O movimento atinge cerca de 700 bancários de 23 agências, sendo 15 somente em Criciúma. Na região estão fechados os bancos de Morro da Fumaça, Içara, Nova Veneza, Siderópolis, Cocal do Sul, Forquilhinha, Treviso, e Urussanga.
Direito de greve
A Federação dos Bancários do Rio Grande do Sul obteve na tarde de ontem, dia 4, uma grande vitória para o movimento sindical bancário gaúcho. O juiz da 29 ª Vara do Trabalho de Porto Alegre concedeu uma liminar – antecipação de tutela – no processo 01023-2006-029-04-00-5, pelo qual a FEEB-RS e sindicatos filiados possuem direito de manifestação pacífica em frente das agências. De acordo com o despacho do juiz, os sindicalistas poderão requerer o cumprimento destes direitos, mesmo havendo liminar em outro sentido concedida em Interdito Proibitório pela Justiça Comum.
Os bancários comemoraram a decisão da Justiça, ampliando a greve em todo Estado. Além de Porto Alegre, estão parados os bancários de Camaquã, Carazinho, Caxias do Sul, Cruz Alta, Horizontina, Lajeado, Litoral Norte, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Pelotas, Rio Grande, Rio Pardo, Rosário do Sul, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santa Rosa, Santana do Livramento, Santo Ângelo, São Leopoldo, São Luiz Gonzaga, Uruguaiana, Vacaria, Vale do Caí e Vale do Paranhana. São 310 agências em greve no Rio Grande do Sul.
Nordeste
Os bancários de Pernambuco realizaram uma passeata na manhã desta quinta-feira pelos principais corredores financeiros do Recife. Os grevistas pernambucanos têm sido alvos da truculência policial e de sucessivas liminares judiciais, obtidas pelos bancos, que cerceiam o movimento no setor privado. A mobilização intensa tem levado a pressões de gestores para o retorno ao trabalho. Começou pelos empregados do BNB e, desde ontem, os funcionários do Banco do Brasil também passaram a ser vítimas dessa espécie de violência doméstica. A intimidação é, sobretudo, em cima dos comissionados, ameaçados de perda da comissão.
Na Bahia, a partir de hoje, a paralisação por tempo indeterminado dos bancários atinge também a rede privada. A greve geral foi aprovada ontem, em assembléia realizada no Ginásio de Esporte. Depois de mais de uma semana com os bancos públicos fechados, os bancários da Bahia ampliaram e intensificaram as paralisações para os bancos privados.
As manifestações foram mantidas no Comércio, avenida Sete de Setembro, Paralela, avenida Tancredo Neves, Iguatemi, Pituba, Calçada, Itapuã, Vasco da Gama, Rio Vermelho, Garcia, ondina, Barra, Graça, Liberdade, Baixa dos Sapateiros e Mares. No interior baiano, a greve é forte em Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itabuna, Ilhéus, Jequié, Jacobina, Extremo Sul e Irecê.
Em Sergipe, a greve atinge todas as agências do BB, Caixa e BNB de Aracaju e 70% das agências dos bancos privados na capital. No interior sergipano, a greve é mais forte nos bancos públicos, com 70% de paralisação.
Os bancários do Piauí entraram no terceiro dia de greve nesta quinta-feira, registrando aumento de adesão nas agências do interior do Estado, já que na capital está 100% parada. A greve está sendo tranqüila e organizada. Dirigentes sindicais se concentram em frente às agências em todos os bairros da capital para esclarecer quaisquer dúvidas sobre a paralisação e manter os clientes informados sobre o andamento das negociações.
Em Alagoas, o movimento segue forte, com 100% das agências fechadas em Maceió e diversas unidades paradas no interior. No Banco do Brasil, onde a adesão vinha sendo menor, a paralisação atingiu ontem novos municípios e deve crescer ainda mais nesta quinta-feira. Hoje pela manhã entraram em greve Igreja Nova, Junqueiro, Santana do Ipanema, São Sebastião e Teotônio Vilela.
No Maranhão, a greve atinge 100% das agências da Caixa. A cada momento, há novas adesões do
fonte: Contraf-CUT e FEEB/RS