AFUBESP CONTESTA INVERDADES PUBLICADAS NA COLUNA DIRETO DA FONTE, DO ESTADÃO
A Afubesp enviou e-mail à colunista Sônia Racy, do jornal O Estado de São Paulo, contestando informações publicadas na edição de ontem da coluna Direto da Fonte, de responsabilidade da jornalista.
Sob o título “Banespa: alhos e bugalhos”, a coluna começa com uma crítica à avaliação do analista Pedro Guimarães, do Banco Bozano, Simonsen, de que o leilão do banco previsto para 16 de maio terá de ser adiado e em seguida comete o pecado de arrolar argumentos falsos e dados incorretos que desinformam o leitor.
A seguir, a íntegra da carta que a Afubesp enviou à jornalista, contestando os dados e solicitando os devidos esclarecimentos aos leitores do jornal:
“Banespa: gato por lebre
A edição de hoje da coluna Direto da Fonte, intitulada “Banespa: alhos e bugalhos” traz informações inverídicas que atingem a instituição financeira e comprometem o bom jornalismo.
Acreditamos que ao tentar atacar no varejo, no caso o analista do Banco Bozano, Simonsen, a fonte consultada acabou fornecendo dados incorretos e vendeu gato por lebre.
O primeiro equívoco refere-se à avaliação de que “para qualquer banqueiro, esse problema da dívida poderá ser eliminado com demissões proporcionais ao fluxo de caixa do fundo”.
Lembramos que a solução proposta no texto é inviável, pois o fundo em questão é destinado ao pagamento de aposentadorias aos funcionários que ingressaram no Banespa até 22 de maio de 1975. Desses, 14 mil são aposentados e 1.800 estão na ativa, todos amparados pelas leis 4.819/58; 200/74; 9343/96 e 9466/96.
À parte a desenvoltura com que é tratado um tema tão caro ao país como o desemprego, não há como demitir aposentados.
Outra informação inverídica é que o Tesouro Nacional teria injetado recursos para resolver os problemas do Banespa (grifo nosso).
Na verdade, o Tesouro Nacional solucionou problemas do Estado de São Paulo e não do Banespa. Que fique claro: o Banespa era credor do Estado e não devedor. A União pagou R$ 26,6 bilhões para o banco comercial e não os R$ 50 bilhões citados na coluna. Já os recursos destinados à complementação da aposentadoria, R$ 2,9 bi, referem-se a uma responsabilidade do Estado, cujo gerenciamento foi delegado ao banco por ocasião da renegociação da dívida.
Agora, tente imaginar qual seria a reação de um banqueiro privado que fosse credor do Estado e alguma fonte equivocadamente divulgasse o contrário.
Para bem informar os leitores do jornal, solicitamos sejam feitos os devidos esclarecimentos.
A diretoria da Afubesp está à disposição para expor os argumentos e apresentar documentação que subsidiam o posicionamento dos banespianos e da maioria dos municípios paulistas contrários ao projeto de privatização do Banespa.
Até o momento, o processo conduzido pelo governo está eivado de ilegalidades. Além de contestar judicialmente cada etapa, a Afubesp sempre divulgou suas apreensões e discordâncias à imprensa.
Informamos que nossa entidade é composta de funcionários da ativa e aposentados do Banespa, profundos conhecedores do banco, o que certamente os coloca na condição de interlocutores importantes sempre que a instituição estiver em pauta.
Atenciosamente,
Eduardo Rondino
Presidente”
fonte: AFUBESP