Bancários querem ter prioridade de proteção
O crescente número de assaltos a banco e conseqüentemente de vítimas é uma prova de que as instituições financeiras necessitam rever procedimentos, melhorar seu sistema de segurança e aumentar investimentos que garantam a proteção de bancários e clientes.
Muitos bancos, para reduzir custos, deixam de instalar portas de segurança, de realizar manutenção permanente nos equipamentos e de investir em treinamento de pessoal.
“A prioridade do banco é proteger seu patrimônio e não bancários e clientes”, disse um gerente administrativo do HSBC – banco que teve uma de suas agências assaltadas na semana passada –, expressando o sentimento de muitos bancários. Ele cita como prova disso que os horários dos vigilantes é relacionado com o de abertura e fechamento dos cofres. “Se o bancário necessitar estender a jornada, fica totalmente vulnerável, já que não há mais vigilante na agência”, afirmou. O gerente também critica a troca constante de empresas de segurança, para redução de custos. “A que tiver o menor orçamento ganha, independentemente da qualidade do serviço prestado”, afirmou.
Para ele, a mesma prioridade é seguida no pós-assalto, já que depois de uma ocorrência, os responsáveis do departamento de segurança vêm à agência para conferir se os bancários realizaram os procedimentos que constam nas normas do banco. “É frustrante, eles nem querem saber se estamos bem, verificam se os caixas foram roubados, se tinha dinheiro no cofre, se o alarme foi acionado. Nos orientam a continuar trabalhando e, se tivermos algum problema de saúde, quando chegarmos em casa, ligar para o serviço de saúde do banco”, disse o gerente do HSBC.
Essa realidade é vivida por muitas vítimas da insegurança nos bancos tanto que entre as reivindicações do Sindicato dos Bancários de São Paulo está o estabelecimento de regras em agências assaltadas, como forma de respeitar as necessidades do bancário vítima de violência. “A intenção é que medidas como a emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para os funcionários e encerramento do expediente da agência, pelo menos no dia da ocorrência sejam respeitados”, disse Daniel Reis, diretor do Sindicato.
fonte: Elisângela Cordeiro – Seeb SP






