9ª Conferência Nacional define reivindicações da Campanha Salarial 2007
A 9ª Conferência Nacional definiu no domingo, dia 29, a pauta de reivindicações dos trabalhadores do ramo financeiro para a Campanha Nacional 2007. Entre as principais reivindicações econômicas estão reajuste de 10,3%, que prevê aumento real de salários de 5,5%, e criação de um piso salarial para todos os bancários de R$ 1.628,24 (salário mínimo definido pelo Dieese para que o trabalhador tenha atendidas suas necessidades básicas), além de Plano de Cargos e Salários em todos os bancos. O evento reuniu 811 representantes que foram eleitos em encontros regionais de bancários.
Pelo quinto ano consecutivo, a Campanha será unificada, com trabalhadores dos bancos públicos e privados com a mesma pauta de reivindicações. As questões específicas de cada banco continuam sendo negociadas nas mesas permanentes.
“A unidade é a marca dos debates. Desde que iniciamos a estratégia de campanha unificada, temos ampliado as conquistas, tanto para os empregados dos bancos privados como para quem trabalha nos públicos. Ainda temos dois dias de conferência pela frente, para a definição da pauta específica, mas a disposição de luta mostrada até aqui pelos participantes promete uma campanha unida e com muita garra de todos os trabalhadores do sistema financeiro nacional”, diz Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT.
Os bancários também vão lutar por uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de dois salários, mais uma parcela fixa de R$ 3.500, distribuída de forma linear para todos.
Remuneração – Além do reajuste salarial, os bancários também querem melhorar as demais verbas que compõem a remuneração. Para isto, a minuta de reivindicações prevê uma remuneração complementar de 10% do total das vendas de produtos feitas em cada unidade. Este valor deve ser distribuído de forma linear para todos os empregados da unidade, creditados mensalmente como verba salarial, incidindo sobre FGTS, 13º, férias e descontos previdenciários.
Outro item que consta na minuta é a remuneração complementar sobre receita de prestação de serviços para todos os bancários. O benefício reivindicado é de 5% da arrecadação com prestação de serviços distribuídos trimestralmente de forma linear a todos os bancários de cada instituição, inclusive aos afastados por licença-saúde.
Campanha unificada – Em relação à estratégia, foi aprovada uma Campanha Nacional Articulada, o que significa que, juntamente com a mesa da Fenaban, serão instauradas negociações específicas efetivas para os bancos públicos. Dessa forma, questões que dizem respeito a toda a categoria serão negociadas na mesa geral, enquanto as questões específicas dos bancos públicos serão negociadas diretamente com as direções do banco, em mesas específicas.
“O ponto alto da Conferência foi termos conseguido ampliar a unidade da categoria, que já tem história. Passou por vários momentos importantes, como a greve de 1995 e a conquista da Convenção Coletiva em 1992. Recentemente, com a inclusão de todos os bancários na Convenção, conseguimos nos fortalecer ainda mais e deveremos ampliar nossas conquistas a partir deste ano”, afirma Carlos Cordeiro, secretário-geral da Contraf-CUT.
Comando Nacional – Para a direção da campanha deste ano foi definido que o Comando Nacional será composto pelos representantes de 33 entidades entre, Contraf, federações e sindicatos. A ampliação em relação aos 21 representantes até o ano passado ocorreu para que sejam representadas todas as correntes de pensamento do movimento sindical.
Confira os principais itens da minuta de reivindicações:
Índice – 10,3% (a inflação projetada entre 1º de setembro de 2006 a 31 de agosto de 2007, de 4,5%, mais 5,5% de aumento real) para os salários e demais verbas de natureza salarial exceto:
ATS (anuênio) – 2% do salário
Vale-alimentação – R$ 380 (salário mínimo)
Auxílio-creche – R$ 380 (salário mínimo)
PLR maior – Dois salários limitados a R$ 15 mil (distribuindo até 15% do lucro líquido) mais valor adicional de R$ 3.500
Remuneração variável – Distribuição de 5% da receita com prestação de serviços de forma igualitária entre todos os bancários. O pagamento deve ser feito após a publicação do balanço trimestral. Além disso, 10% de toda a produção da agência devem ser distribuídos entre os trabalhadores da unidade
Pisos salariais/PCS (com base no salário mínimo calculado pelo Dieese)
– Escriturário – R$ 1.628,24
– Caixa – R$ 2.128,24
– Comissionado – R$ 2.768,00
– Gerência – R$ 3.582,12
Novas conquistas
– 13ª cesta-alimentação
– 14º salário
– Auxílio-educação
Emprego
– Garantia de emprego contra a dispensa imotivada – ratificação da convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho);
– Cumprimento da jornada
Outros eixos de campanha
– Fortalecimento e defesa dos bancos públicos;
– Fim das metas abusivas e do assédio moral/organizacional;
– Segurança bancária;
– Isonomia de direitos entre novos e antigos e entre trabalhadores da ativa e os afastados por motivos de saúde;
– Plano de Cargos e Salários para todos os bancos;
– Igualdade de oportunidades;
– Redução dos juros e tarifas e ampliação do crédito produtivo;
Calendário de mobilização
– 1ª quinzena de agosto – entrega da minuta de reivindicações;
– 14 e 15 de agosto – manifestações em Brasília contra a Emenda 3, interdito proibitório, pela ratificação da convenção 158 da OIT, redução e cumprimento da jornada;
– 28 do agosto (Dia do Bancário) – Dia Nacional de Luta
fonte: Contraf-CUT e Seeb SP